A carta aberta de artistas francesas, lideradas pela atriz Catherine Deneuve, que defendia o “direito dos homens em flertar” ganhou uma manifestação contrária. Assinado por 30 militantes feministas, o texto diz que “aceitar insultos contra as mulheres é permitir a violência”.
O grupo fez duras críticas à Catherine Deneuve e a comparou a “um colega inconveniente ou um tio irritante que não entende o que está acontecendo”. Diz ainda que o grupo de Deneuve usa a mídia para banalizar a violência. “Elas estão desprezando as milhões de mulheres que sofrem ou sofreram violência. Todos os dias, centenas de milhares de mulheres são vítimas de assédio, além de milhares de agressões sexuais e estupros”, diz o texto publicado online.
Entre as militantes que assinaram o manifesto estão Caroline De Haas, além de Adama Bah, a animadora Noémie Renard, a ilustradora Maeril, entre outras.
"Les porcs et leurs allié.e.s ont raison de s'inquiéter", réponse à la tribune publiée dans @lemondefr sur @franceinfoplus. Avec notamment @laurenbastide, @Claranote, @wonderlucie, @DASILVAMADELINE, @Sophie_Busson, @LaboDeLaLegiste, @enervee, @stophdr https://t.co/4R4eHcXMzq
— Caroline De Haas (@carolinedehaas) January 10, 2018
O texto assinado por Deneuve e outras artistas foi publicado na segunda (8), um dia depois de dezenas de atrizes fazerem discursos de protesto contra o assédio sexual no Globo de Ouro. O documento destoa do clima de denúncias e justiça social contra anos de machismo e violência contra as mulheres em Hollywood.
Deneuve criticou o que chamou de “puritanismo” e lamentou a onda de “repreensões públicas” que vieram à tona após as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, acusado de assédio sexual e estupro contra dezenas de mulheres.
No mesmo dia em que o texto foi ao ar surgiram denúncias envolvendo o ator James Franco, vencedor do Globo de Ouro de melhor ator por Artista do Desastre. Ele disse desconhecer as denúncias.