Melhores de 2013: Top 20 Filmes do Ano

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FILMES E FILMES
Do espaço sideral aos amores gays, os filmes que melhor representam 2013

Os filmes estão aí para questionar verdades e nos ajudar a entender melhor o mundo. E também para entreter, nos tirando por algum momento da realidade, seja com uma direção muito boa ou por causa do bom uso da tecnologia. Em nossa lista levamos em conta a inovação que os filmes trouxeram e pelo que representam para o cinema e também para o momento que vivemos hoje. Como critério, levamos em consideração títulos lançados no mercado brasileiro desde 1º de janeiro de 2013, seja nos cinemas ou em serviços de streaming ou TV. Como todas as listas da Revista O Grito!, esta também não segrega nacionais e estrangeiros e junta todos no mesmo balaio.

Por Alexandre Figueirôa
Colaborou Paulo Floro

Veja nosso especial de melhores de 2013
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Top 50 Músicas
Top 20 Filmes

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FERRUGEM E OSSO, de Jacques Audiard

A atriz Marion Cottilard interpreta uma domadora de baleias que perde as duas pernas durante uma exibição em um parque temático. Nas mãos de um diretor de poucas ambições, o longa poderia desbancar para puro sentimentalismo. Com Jacques Audiard, o filme ganhou um tratamento frio, sem dó algum de mostrar a dor e a difícil adaptação da personagem. Mostra também como contraponto a vida de Ali (Matthias Schoenaerts), um ex-boxeador que perdeu tudo e que agora precisa trabalhar em lutas clandestinas. – Paulo Floro

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RUSH, de Ron Howard

O diretor Ron Howard decidiu fazer um trabalho que funciona como um ensaio sobre até onde a motivação humana pode nos levar alguém e que danos isso pode causar. O trabalho ganhou forte tom psicológico ao mostrar a biografia de Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth), que protagonizaram um dos maiores embates nas pistas de Formula 1, nos anos 1970. A fotografia, que nos faz remeter aos filmes de película daquela época, também é ponto forte. – PF.

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BLUE JASMINE, de Woody Allen

Woody Allen voltou seus olhos mais uma vez para os EUA, sua terra-natal, depois de flanar por diversos países para contar histórias tendo cidades como Roma, Paris e Barcelona como cenário e também personagem. Ele escolheu Los Angeles para falar da decadência econômica e moral proporcionada pela crise financeira do final da década passada. Jasmine (Cate Blanchet) é a ex-mulher de um bilionário que foi preso por fraudes e que agora precisa viver com sua irmã suburbana (Sally Hawkins). É dessa tentativa de reconstrução de vida e o contraste com o glamour de Nova York que Allen tira seu humor. E é um humor cáustico, que parece querer expor seus protagonistas ao limite. Depois do fracasso de Para Roma, Com Amor, temos um diretor de volta à boa forma. – PF

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O MESTRE, de Paul Thomas Anderson

O filme é inspirado na história de L. Ron Hubbard, criador da cientologia, sucesso entre celebridades de Hollywood como Tom Cruise, John Travolta, entre outros. Mestre em expor os defeito da sociedade americana sem pena, o diretor Paul Thomas Anderson fez um clássico sobre relações doentias de poder e fanatismo religioso. Tudo isso com muito sarcasmo e alguma crueldade com os personagens. Para completar, teve ao seu dispor atuações brilhantes de Joaquim Phoenix e Phillip Seymour-Hoffman. –PF.

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A GRANDE BELEZA, de Paolo Sorrentino

O diretor Paolo Sorrentino conseguiu mostrar com muita ironia e sensibilidade o melhor e o pior de Roma. Remetendo aos clássicos A Doce Vida de Fellini e A Noite de Antonioni, o longa registra o esplendor da capital italiana com seus excessos e futilidade ao mesmo tempo em que se aproxima bastante de seu personagem principal. O filme foi o escolhido da Itália na disputa pela vaga de melhor filme estrangeiro no Oscar 2014. – PF.

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DJANGO LIVRE, de Quentin Tarantino

A verve irônica de Tarantino o leva a dirigir sua câmera para as tensas e violentas relações sociais entre negros e brancos nas fazendas do sul dos Estados Unidos. Desconstruindo as normas do gênero western, o cineasta promove sua pequena vingança contra a intolerância e a forma como os negros escravos eram tratados. – Alexandre Figueirôa

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A CAÇA, de Thomas Vintenberg

Thomas Vintenberg criou mais um ótimo filme sobre a injustiça levada ao seu extremo. Lucas (Mads Mikkelsen) é um pacato funcionário de uma creche que tem sua vida transformada depois que recebe uma acusação injusta de abuso sexual. O linchamento moral e as humilhações sofridas por todos à sua volta fazem do filme um drama perturbador. – PF.

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BEHIND THE CANDELABRA, de Steven Soderbergh

Este telefilme da HBO foi exibido em Cannes e chamou atenção sobretudo pelo trabalho dos atores Michael Douglas e Matt Damon. A encenação primorosa na reconstituição da vida conjugal do pianista Liberace com o jovem Scott Thorson e a sensível abordagem do tema mostra que o cinema clássico ainda pode oferecer trabalhos sinceros e comoventes. – AF.

http://www.youtube.com/watch?v=fp3wAyRf15c

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DOMÉSTICA, de Gabriel Mascaro

Mascaro entregou câmeras para que jovens filmassem o dia a dia das empregadas domésticas de suas residências. Além do experimento com o dispositivo de captação de imagens, o documentário revela o universo de suas personagens a partir de depoimentos marcados pela sinceridade de seus autores nos trazendo um olhar inquietante e controverso das relações sociais entre patrões e empregados. – AF.

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NA NEBLINA, de Sergei Lozsnitza

O diretor russo Sergei Lozsnitza usa o recorrente tema da Segunda Guerra Mundial no cinema para falar de culpa e castigo. O longa vai à remota região de fronteira da antiga União Soviética para contar a história de três membros da resistência aos nazistas que precisam fugir. Um deles vive um calvário depois de ser acusado de colaborar com os invasores. É um trabalho que mostra as opções morais dos homens em tempos de puro desespero. – PF.

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BRANCA DE NEVE, de Pablo Berger

Esta fantasia gótica em preto e branco foi uma das surpresas do ano. A história de uma moça que se torna toureira mescla diversos gêneros cinematográficos para recontar o conto de fadas da bruxa má que tem inveja da beleza da jovem Branca de Neve. Com uma mise en scène requintada, o filme trabalha com a quebra de expectativas da narrativa pervertendo a lógica dos contos de fadas cujo ápice é o desfecho enigmático. – AF.

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FRANCES HA, de Noah Baumbach

Bebendo da fonte da Nouvelle Vague francesa, o longa Frances Ha, de Noah Baumbach traz uma personagem irresistível e uma direção simples e fluida que seduzem o espectador desde os primeiros minutos. A protagonista interpretada por Greta Gerwig conquistou público e crítica ao dar corpo para uma garota comum, que vive aquela fase depois dos 30 em que muitos ainda se encontram sem rumo. Um raro momento fugaz do cinema americano e um dos poucos títulos a registrar com veracidade a geração atual – PF.

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ANTES DA MEIA-NOITE, de Richard Linklater

O diretor Richard Linklater retorna ao seu projeto de vida no cinema ao mostrar novamente a história de Céline e Jesse, casal mostrado em Antes do Amanhecer (1995) e Antes do Pôr-do-sol (2004). Já casados e com dois filhos, os dois ainda seguem apaixonados, mas agora precisam lidar com uma encruzilhada trazida pela vida. Os atores Ethan Hawke e Julie Delpy contribuíram mais uma vez como coroteiristas, o que deu ao longa um tom natural que vem cativando plateias nas últimas décadas. – PF.

http://www.youtube.com/watch?v=G99utxsQHIs

Sandra Bullock in "Gravity"

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GRAVIDADE, de Alfonso Cuarón

Gravidade, de Alfonso Cuarón coloca o espectador como terceiro astronauta em um longa que faz bom uso do 3D para mostrar nossa relação física e emocional com o nosso planeta. Sandra Bullock superou o desafio do papel da técnica que vai ao espaço, mas que segue em órbita em sua vida pessoal após perder a filha pequena. Nos efeitos especiais, destaque para técnicas de gravidade zero criadas com ajuda da Nasa. – PF.

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AZUL É A COR MAIS QUENTE, de Abdellatif Kechiche

O ganhador da Palma de Ouro em Cannes é mais do que um filme sobre a relação amorosa entre duas mulheres. É a história da iniciação amorosa de uma jovem que acredita nas suas escolhas e as vivencia com intensidade. A sinceridade da entrega de Adèle e os revezes por ela sofrido decorrente de suas escolhas nos dá uma personagem que nos toca profundamente. – AF.

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TATUAGEM, de Hilton Lacerda

Manifesto lírico amoroso tendo como pano de fundo o cotidiano de um grupo de teatro de Olinda nos anos 70 durante o regime militar. O filme discute o mundo partido entre liberdade e coação e supera abordagens convencionais no cinema brasileiro envolvendo questões sobre sexo e política. – AF.

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O ATO DE MATAR, de Joshua Oppenheimer

Um dos documentários mais impactantes dos últimos anos. A partir da realização de uma obra ficcional, o diretor reconstitui a ação de milícias que atuavam na década de 60 na Indonésia no extermínio de comunistas e opositores ao regime. Utilizando como atores os próprios integrantes desses grupos armados, o filme mostra um dos episódios mais cruéis da realidade contemporânea. – AF.

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UM ESTRANHO NO LAGO, de Alain Guiraudie

Na paisagem onírica de um lago, homens desconhecidos se encontram em busca de sexo. O que poderia ser um exercício de voyeurismo Giraudie transforma numa reflexão sobre os desejos e angústias do homem contemporâneo. Um drama habilmente construído por um trabalho cinematográfico meticuloso. – AF.

amor

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AMOR, de Michael Haneke

Um casal de idosos cultos enfrenta a dura realidade da decadência física e da doença. Como sempre, Haneke não usa meias palavras nem meias imagens para retratar como seus personagens reagem diante de situações extremas. Aqui ele nos coloca diante do dilema de como duas pessoas que se amam enfrentam o seu fim.- AF.

Maeve Jinkins em cena de O Som Ao Redor (Divulgação)
Maeve Jinkins em cena de O Som Ao Redor (Divulgação)

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O SOM AO REDOR, de Kléber Mendonça Filho

O cotidiano dos moradores do bairro de Setúbal, no Recife, é flagrado a partir das relações entre eles e seus empregados, mostrando o quanto do coronelismo e do patriarcado da cultura agroindustrial do açúcar da zona da mata pernambucana sobrevive até os dias atuais. Um olhar irônico e cortante das agruras de uma cidade que cresce de forma desumana e isola seus moradores pelo medo da violência. – Alexandre Figueirôa.

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