O músico pernambucano Maurício Cavalcanti lança o disco Folia geral com novas e antigas canções de frevo pegando já o embalo do Carnaval que se aproxima. O lançamento, com audição, será nesta quinta (7), às 19h30, no Espinheiro, Recife e estará disponível também no Spotify e Deezer.
“O nosso universo musical é rico e variado no que se refere a estilos. Sentia-me um pouco devedor em divulgar meus trabalhos no gênero carnavalesco, daí resolvi apresentar essa coletânea”, diz Cavalcanti. O álbum contém seis músicas nunca gravadas (“Piragem”, “Boi de Casa Forte”, “Gael”, “Agora é Lilly”, “Maracatu eólico” e “Mamãe terra”); dois relançamentos, “Dona Maria”, cantada por Silvério Pessoa, divulgada apenas em uma saída da La Ursa, do bairro de Casa Forte e “Cadê, Lelê” (Maurício Cavalcanti / Marcelo Varella), interpretada pelo Coral Edgard Moraes e o Grupo Galho Seco. Tem ainda a faixa-declamação “Tem mamulengo no frevo”.
A produção, arranjos e direção ficaram a cargo de Cláudio “Negrão” Nascimento e foi bancada com recursos próprios. Boa parte das composições foi gravada no Estúdio LL (Léo Lima), no bairro olindense de Rio Doce. O projeto gráfico e arte do disco foram criados por Bruno Fish.
O total de 13 faixas foram completadas com músicas compostas por Maurício e parceiros já presentes em outros lançamentos e gravadas por outros intérpretes. É o caso de “Aurora de amor” (Cavalcanti / Romero Amorim), interpretada por Claudionor Germano e Coral Edgard Moraes, e “Filho de gato é gatinho” (Cavalcanti / Varella), com vozes de Claudionor e Nonô Germano, ambas arranjadas por Ademir Araújo.
O Coral Edgard Moraes, a Orquestra Retratos do Nordeste e o coral a orquestra do Bloco Pára-Quedista Real também aparecem em outras faixas: “Regresso de Aurora” (Cavalcanti/ Varella) e “Você passou” (Cavalcanti/ Humberto Vieira), respectivamente.
Ao passear pela paisagem sonora do “Folia Geral”, o ouvinte vai encontrar frevo canção, maracatu, marchas de bloco, de urso e boi de carnaval. O disco conta com diversas participações nos arranjos e nas interpretações.
Marcam presença no disco o músico e produtor Cláudio “Negrão”, César Michiles, Parrô e o Quinteto Arraial, Henrique Albino, Jerimum de Olinda, Nino Silva, Jorge Riba. Gael, neto de Maurício Cavalcanti, além de dar nome ao frevo canção feito em sua homenagem, também deixa a voz registrada. O pequeno folião, hoje com três anos de idade, já brinca no carnaval.
O cantor Cássio Sette interpreta dois frevos de bloco envenenados por certo espírito transgressor. A introdução de “Mamãe terra” (Maurício Cavalcanti / Abel Menezes) começa com guitarras que lembram um hard rock, para logo depois entrar na levada tradicional de bateria do frevo.
“Agora é Lilly” (Cavalcanti / Varella) também é introduzida pela guitarra de Léo Guita, dessa vez num tom mais psicodélico, que logo interage com os metais. A letra de Varella faz uma homenagem ao bloco “Nem Sempre Lily Toca Flauta” e incentiva a moça a esquecer aborrecimentos passados e continuar a se esbaldar na folia.
“Nessas duas músicas, a gente quis desconstruir um pouco a estrutura formal e a seriedade do frevo”, expõe Maurício.