Uma das mais longevas personagens dos quadrinhos brasileiros em atividade, Maria foi criada há 50 anos por Henrique Magalhães e segue em constante mutação, enfocando com acuidade os fatos políticos e sociais. Celebrando a trajetória da personagem ao longo dessas cinco décadas, o compilado Maria: 50 anos de humor e provocação foi lançado nesta quarta-feira (23), na Livraria A União, em João Pessoa (PB).
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De esquerda operária a ditadura militar nos anos de 1970, passou a abordar os problemas ligados às relações humanas e pessoais; logo assume a homossexualidade ao declarar seu amor pela companheira Pombinha, desbravando um tema pioneiro nos quadrinhos no país.
Maria tem uma trajetória exitosa nos jornais paraibanos, em revistas independentes e outros campos mais. Sua história foi reconhecida em trabalhos acadêmicos das professoras Nadja Carvalho e Regina Behar, ambos lançados em livro. No audiovisual, foi objeto do vídeo documentário Eu sou Maria, de Regina Behar e Matheus Andrade, bem como Maria por Marias, de Karla Karini e Adelciro Soares.

Além de revistas, a personagem já circulou em álbuns lançados pela editora Marca de Fantasia e nessa antologia da Editora A União. Em Portugal, tem quatro livros lançados pela editora Polvo, de Rui Brito, e mais um a sair no final do ano, comemorativo ao seu cinquentenário.
Nesse ano, uma das edições foi contemplada com a premiação de destaque de humor no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, além de exposições nos festivais de Amadora e Beja. Em 2024, Maria tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Paraíba por meio de projeto de lei da Deputada Estadual Cida Ramos.
Este álbum apresenta um balanço do percurso de Maria. É o retorno à casa onde nasceu, o jornal A União, bem como leva a um passeio por uma personagem cheia de lirismo e crítica mordaz sobre a vida hodierna. Maria rompe os limites da linguagem e propõe novas leituras sobre a vida e os conflitos do quotidiano.



