Marcelo D’Salete venceu o prêmio Eisner, o mais importante do mercado de quadrinhos nos EUA, com o livro Cumbe. Ele foi o vitorioso na categoria “melhor edição americana de material estrangeiro”.
Cumbe conta histórias de resistência contra a escravidão durante o Brasil colonial e foi fruta de longa pesquisa do autor para explorar uma narrativa pouco explorada nos livros de histórias. A HQ saiu nos EUA pela Fantagraphics com o nome Run for It: Stories of Slaves Who Fought for the Freedom. No Brasil a obra foi publicada pela primeira vez em 2014, pela Veneta.
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No ano passado, D’Salete lançou Angola Janga, um dos maiores trabalhos artísticos escritos sobre o Quilombo dos Palmares.
D’Salete foi o único brasileiro a ser indicado ao prêmio este ano. “A obra Cumbe é parte do momento singular do quadrinho nacional, representado por inúmeros autores com uma excelente produção. Já houve outros brasileiros premiados com o Eisner e, nessa toada, certamente ainda teremos mais obras reconhecidas nacional e internacionalmente”, disse Marcelo em texto publicado em seu site.
Ele também falou da importância de obras com novas perspectivas sobre as pessoas negras escravizadas e seus diversos conflitos. “As marcas de cada um desses africanos estão presentes em nossa história e cotidiano. Ainda lutamos pelo reconhecimento simbólico, cultural, econômico e político no Brasil (dos remanescentes quilombolas, dos territórios indígenas e do simples direito a vida de cada jovem de periferia). Os quadrinhos, a literatura, as artes são componentes essenciais para uma mudança estrutural”.
Mais prêmios
Este ano as HQs Monstress e Minha Coisa Favorita é Monstro dominaram a premiação.
Minha Coisa Favorita é Monstro, de Emil Ferris, levou como melhor álbum, melhor artista escritor/desenhista e melhor colorista. Já Monstress, de Liu Takeda e Marjorie Liu, venceu como melhor escritor (empatado com Tom King, de Mr. Miracle), melhor capista, melhor artista multimídia, além de melhor publicação para adolescentes.
Monstress teve o primeiro número lançado este ano pela Pixel. Já Minha Coisa Favorita é Monstro sai em outubro pela Companhia das Letras.
O Eisner Awards foi entregue durante a San Diego Comic-Con, nos EUA.
Os prêmios
2018 Hall of Fame
Carol Kalish (1955–1991)
Jackie Ormes (1911–1985)
Charles Addams (1912–1988)
Karen Berger
Dave Gibbons
Rumiko Takahashi
Bill Finger Award
Joye Murchison Kelly
Dorothy Roubicek Woolfolk (1913–2000)
Bob Clampett Prêmio Humanitário
Frederick Joseph
Comics4Kids
Spirit of Comics Retailer Award
Norma Comics, Barcelona, Spain
Melhor história curta
”A Life in Comics: The Graphic Adventures of Karen Green,” de Nick Sousanis, in Columbia Magazine (Summer 2017)
Melhor edição única (Single Issue/One-Shot)
Hellboy: Krampusnacht, Mike Mignola and Adam Hughes (Dark Horse)
Melhor série
Monstress, Marjorie Liu and Sana Takeda (Image)
Melhor série limitada
Black Panther: World of Wakanda, by Roxane Gay, Ta-Nehisi Coates, and Alitha E. Martinez (Marvel)
Best New Series
Black Bolt, de Saladin Ahmed and Christian Ward (Marvel)
Melhor publicação para leitores de até 8 anos
Good Night, Planet, Liniers (Toon Books)
Melhor publicação para crianças ( 9–12)
The Tea Dragon Society, Katie O’Neill (Oni)
Melhor publicação para adolescentes (ages 13-17)
Monstress, de Marjorie Liu and Sana Takeda (Image
Melhor HQ de humor
Baking with Kafka, by Tom Gauld (Drawn & Quarterly)
Melhor antologia
Elements: Fire, A Comic Anthology, por Creators of Color, editado por Taneka Stotts (Beyond Press)
Melhor livro baseado em realidade
Spinning, Tillie Walden (First Second)
Melhor álbum (novo)
Minha Coisa Favorita é Monstro, de Emil Ferris (Fantagraphics)
Melhor álbum (republicação)
Boundless, Jillian Tamaki (Drawn & Quarterly)
Melhor adaptação para outra mídia
Kindred, Octavia Butler, adaptado por Damian Duffy e John Jennings (Abrams ComicArts)
Melhor edição americana de material estrangeiro
Cumbe (Run for It: Stories of Slaves Who Fought for the Freedom), de Marcelo D’Salete, traduzido por Andrea Rosenberg (Fantagraphics)
Melhor edição americana de material asiático
My Brother’s Husband, vol. 1,de Gengoroh Tagame, traduzido por Anne Ishii (Pantheon)
Melhor coleção de arquivo / Publicação de clássico – tiras
Celebrating Snoopy, by Charles M. Shulz, editado por Alexis E. Fajardo e Dorothy O’Brien (Andrews McMeel)
Melhor coleção de arquivo / Publicação de clássico – Quadrinhos
Akira 35th Anniversary Edition, de Katsuhiro Otomo, editado por Haruko Hashimoto, Ajani Oloye, e Lauren Scanlan (Kodansha)
Melhor escritor
Tom King, Batman, Batman Annual #2, Batman/Elmer Fudd Special #1, Mister Miracle (DC)
Marjorie Liu, Monstress (Image)
Melhor escritor/artista
Emil Ferris, My Favorite Thing Is Monsters (Fantagraphics)
Melhor desenhista
Mitch Gerads, Mister Miracle (DC)
Melhor desenhista/artista multimídia (arte interna)
Sana Takeda, Monstress (Image)
Melhor capista
Sana Takeda, Monstress (Image)
Melhor colorista
Emil Ferris, Minha Coisa Favorita é Monstro
Melhor letrista
Stan Sakai, Usagi Yojimbo, Groo: Slay of the Gods (Dark Horse)
Melhor periódico jornalístico sobre quadrinhos
The Comics Journal, edited by Dan Nadel, Timothy Hodler, and Tucker Stone, tcj.com (Fantagraphics)
Melhor livro sobre quadrinhos
How to Read Nancy: The Elements of Comics in Three Easy Panels, de Paul Karasik and Mark Newgarden (Fantagraphics)
Melhor trabalho acadêmico
Latinx Superheroes in Mainstream Comics, by Frederick Luis Aldama (University of Arizona Press)
Melhor design
Akira 35th Anniversary Edition, designed by Phil Balsman, Akira Saito (Veia), NORMA Editorial, and MASH•ROOM (Kodansha)
Melhor HQ digital
Harvey Kurtzman’s Marley’s Ghost, Harvey Kurtzman, Josh O’Neill, Shannon Wheeler e Gideo Kendall (comiXology Originals/Kitchen, Lind & Associates)
Melhor Webcomic
The Tea Dragon Society, by Katie O’Neill, teadragonsociety.com
