A banda MANJA, formada por artistas pretos e periféricos de Olinda e Recife, foi selecionada entre 395 grupos de 21 estados para a 5ª edição do Grand Prix Amplifica, maior concurso de bandas autorais independentes do país. Única representante do Nordeste na disputa, o grupo está entre as 20 finalistas e se apresentará na primeira fase da competição em 7 de setembro, na House of Legends, em São Paulo (SP).
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Com uma sonoridade que une metal moderno e rap, letras de crítica social e forte presença de palco, o MANJA é formado por Oderk (vocal), Berna (guitarra), Sombra (guitarra), MagoJulho (vocal e baixo) e Saw Lima (bateria). Atuando desde 2016, o grupo busca ampliar o espaço da cultura periférica no rock brasileiro.
“A gente sabe como foi difícil chegar até aqui, é a primeira vez que o Manja vai sair de Pernambuco e levar nossa música para fora do nosso estado. Por isso, é uma alegria muito grande poder conhecer coisas novas e uma realidade diferente da nossa. Fazer rock já é complicado, e a gente que é cria das ladeiras de Olinda e arredores sabe o quão difícil é o corre na música independente, mas também sabemos que é da dificuldade que vem a vitória”, afirma Oderk.
O Grand Prix Amplifica é realizado pelo canal Amplifica, idealizado pelo guitarrista Rafael Bittencourt (da banda Angra), em parceria com a Vault Music, Abramus, Clube do Ingresso, Roland do Brasil e House of Legends. A iniciativa busca revelar novos talentos do rock nacional e está em sua quinta edição.
Além da participação no concurso, a banda prepara o lançamento do primeiro álbum, Marginal Intelecto, previsto para 2025. O trabalho reúne nove faixas interligadas por interlúdios com reflexões, fragmentos de falas e elementos de ancestralidade. A proposta combina groove pesado, distorções e palavra falada, criando uma narrativa contínua.
Na avaliação de Berna, o disco traduz a realidade de jovens da periferia do Recife e de Olinda. “É o que a gente vive de verdade, a questão do racismo ambiental, nossas lutas internas e o grito de liberdade. Tem que ser muito ligeiro para conseguir se manter vivo e com a cabeça boa, e acredito que Marginal Intelecto retrata bem esses personagens da vida real: pessoas que estão à margem da sociedade, mas que mantém a mente afiada para sobreviver nesse mundo”, diz.
Com dois singles já lançados – “Karma Urbano” (2023) e “Despedida” (2023) – e presença ativa nas redes sociais, o MANJA também realiza uma campanha de arrecadação para custear a viagem a São Paulo. Entre as ações, está a venda de camisas com estampa do single “Karma Urbano”, assinada pela designer Karen Leão, disponíveis nos tamanhos P ao 5XG, ao valor de R$ 100. Confira aqui.
