“Este projeto nomeia o longo processo de entender que seguir todos os seus desejos não é sinônimo de liberdade”, confessa a cantora e compositora paulistana Malu Magri ao apresentar Morrendo de Prazer. O álbum de estreia da artista chega como um ensaio de reflexões sobre o amor, espaço, auto aceitação e autocrítica – e todos os percalços de encará-las.
Com produção assinada pelo aclamado Zé Nigro (produtor de nomes como Liniker, João Donato e Francisco, el Hombre), Morrendo de Prazer se desdobra em nove canções autorais, que chegaram às plataformas de streaming no mês passado.
O nome do primeiro álbum de Malu Magri manifesta que nenhum prazer (ou dor) é eterno. “Morrendo de Prazer é um termo que usamos pra explicar quando estamos sentindo muito. Esse conceito de morte ali junto quando falamos de prazer acaba por reiterar que esse ciclo do prazer nunca é eterno, ele chega ao fim, assim como a dor”, afirma a artista ao costurar os primeiros traços que formam o seu novo projeto.
O álbum foi apresentado aos poucos, com a chegada do primeiro single “Tuas Veias”, que mais tarde antecipou o lançamento de “Movimento”, revelando a primeira colaboração do disco em um feat com a cantora e compositora Assucena. Rodrigo Alarcon, por sua vez, completa a lista de participações ao somar em “Traia me Traia”.
“A escolha das participações foi muito simples pois são artistas que acompanho e admiro há tempos. Assucena é uma pessoa que sempre tive o sonho de colaborar desde que a ouvi pela primeira vez, ela tem uma das vozes mais lindas dessa geração. Já a parceria com Alarcon veio como um presente para amarrarmos o projeto”, complementa Magri.
A mescla de referências nos trabalhos atemporais de Milton Nascimento, Djavan, Rita Lee, Arthur Verocai e Lincoln Olivetti escoou no disco na montagem de sua sonoridade groovada, entre o pop e o rock brasileiro. “Minha Casa” é a segunda canção na tracklist do álbum, trazendo uma Malu de peito aberto, versando sobre a finalização de uma relação de prazer e o novo espaço que se cria a partir disso. “Todo o processo de construção desta faixa foi muito especial, pois o arranjo de cordas veio antes mesmo que a própria letra e melodia, e ela vem meio que como uma carta de apresentação do trabalho como um todo”, afirma Malu.
Morrendo de Prazer estava sendo maturado nas páginas de Malu há pouco menos de quatro anos – desde que lançou seu primeiro EP, De Uma Pra Outra (2020). De lá pra cá, o álbum foi coletando novos colaboradores, formando uma equipe alinhada em entregar um pouco de cada um no projeto. “Foi um encontro muito certeiro o meu com o Zé Nigro. Juntos, com a chegada de cada músico e suas respectivas identidades, fomos costurando o Morrendo de Prazer em uma mesma superfície musical”, completa Malu.
As faixas “Cabeça-Inferno”, “Baby-Baby”, “Cartas de Silêncio” e “Vida Solear” (e o interlúdio “Talvez eu tenha me arrependido”) completam a tracklist que convida o público para refletir sobre quais critérios e desejos precisam ser seguidos para que se ter os prazeres que tanto se almeja na vida, como reflete a cantora: “A gente tem que morrer nos nossos desejos e prazeres para que outros possam emergir”.