O jornalista e crítico de cinema Luiz Joaquim lança nesta segunda-feira (30) o livro Vinte e Cinco: Escritos de Cinema (1997-2022), publicado pela Cepe Editora. O evento ocorrerá no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), sala do Derby, no Recife, das 19h às 22h. A obra reúne 75 críticas selecionadas entre os mais de três mil textos escritos pelo autor ao longo de seus 25 anos de atuação como crítico.
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Dividido em três capítulos, o livro apresenta análises de filmes pernambucanos, brasileiros e internacionais, abrangendo a trajetória do autor na crítica cinematográfica. A estrutura foi pensada para contemplar uma visão ampla e representativa do período. O primeiro capítulo, Do meu lugar, reúne 25 textos sobre produções do cinema pernambucano; o segundo, Do nosso lugar, traz 25 críticas de filmes nacionais; e o terceiro, Do lugar de todos, apresenta 25 textos sobre obras internacionais.
Segundo Luiz Joaquim, a seleção foi um grande desafio, uma vez que ele teve que escolher apenas 75 textos entre mais de três mil escritos. “Quando imaginei o livro, pensei que seria interessante selecionar um texto para cada um dos anos vividos no período que corresponde aos primeiros 25 anos de minha carreira no segmento da crítica cinematográfica”, explicou.
No capítulo dedicado ao cinema pernambucano, o autor selecionou críticas que retratam a evolução do cenário local, destacando 25 cineastas que se tornaram figuras determinantes no período analisado. Entre eles, estão Lírio Ferreira, com Árido Movie (2006), Cláudio Assis, com Febre do Rato (2011), Kleber Mendonça Filho, com O Som ao Redor (2012), e Fábio Leal, com Seguindo Todos os Protocolos (2022). “Num certo sentido, os textos contam a história do cinema pernambucano naquele quarto de século”, destacou Joaquim.
O segundo capítulo foca no cinema brasileiro e inclui análises de obras que marcaram o cenário nacional, como Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho, 2 Filhos de Francisco (2005), de Breno Silveira, e Tropa de Elite (2007), de José Padilha.
No capítulo sobre o cinema internacional, Luiz Joaquim analisa filmes de cineastas que, na época, ainda não tinham a dimensão atual para o público brasileiro. Entre os destaques estão O Hospedeiro (2007), de Bong Joon Ho, ganhador do Oscar e da Palma de Ouro em Cannes com Parasita (2019), Hana-Bi (1999), de Takeshi Kitano, e Tio Boonmee (2010), de Apichatpong Weerasethakul.
O livro ainda conta com o prefácio de Ivonete Pinto, professora de Cinema e Audiovisual da Universidade de Pelotas (UFPel), que ressalta a habilidade do autor. “Luiz Joaquim, que não escamoteia o traço do jornalista que é, vê o cinema tentando apreendê-lo e traduzi-lo. Sua vocação pela busca do que é informativo, por vezes se sobrepõe ao viés subjetivo das interpretações”, observou. Para Ivonete, quem ganha com esse estilo de escrita é o leitor.
Além do lançamento do livro e da sessão de autógrafos, o evento contará com um debate entre Luiz Joaquim e o crítico Ernesto Barros sobre o papel da crítica de cinema como possível gênero literário. Na ocasião, também será exibido o curta-metragem Conceição, de Heitor Dhalia, analisado na obra.
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Luiz Joaquim é jornalista e mestre em Comunicação, com experiência no campo da crítica cinematográfica. Atuou como repórter e crítico no Jornal do Commercio e na Folha de Pernambuco, além de ter chefiado o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco e o curso de bacharelado em Cinema e Audiovisual da Uniaeso. Este é o terceiro livro do autor, que já publicou Celso Marconi: O Senhor do Tempo (2020) e Cinema Brasileiro nos Jornais (2018).