O longa O Ato de Matar, de Joshua Oppenheimer venceu o prêmio de Melhor Filme da sexta edição do Janela Internacional de Cinema, que terminou neste domingo. Os curtas internacionais premiados foram o português O Corpo de Afonso (João Pedro Rodrigues) e o espanhol Uma História para os Modlin ( de Sergio Oksman) e o curta nacional escolhido foi Em Trânsito (do diretor pernambucano Marcelo Pedroso).
O júri achou o longa corajoso por subverter o gênero documentário e expor as chacinas feitas durante a ditadura da Indonésia a partir da encenação feita pelos próprios assassinos. “Este filme traz uma radical experiência de cine-documentário, onde nenhum espectador sairá ileso de seu aparente conforto. Poucas vezes na história do cinema a crueldade humana foi dissecada em todo o seu horror e brutalidade sob uma forma inédita, que deixa o espectador à deriva e chocado com o que testemunha diante de si: atrocidades encenadas em clima “inocente”, frequentemente ambíguo, repleto de citações de filmes B, de gênero, confundindo personagens reais com atores, num processo sádico inacreditavelmente real”, escreveu o júri oficial.
O festival também comemorou recorde de público de 15 mil espectadores. “O Janela dá mais um passo em fidelização do público da cidade. Temos orgulho de ocupar o centro da cidade nos dias do festival e gostaríamos de poder ampliar cada vez mais esta movimentação. Precisamos de uma terceira sala de exibição, esta é uma das metas para a próxima edição, além de manter um diálogo com a Prefeitura de ações de circulação. É lindo ver o São Luiz lotado e cheio de vida, mas também queremos impactar a rua, a ponte, o rio, a cidade e a forma como ela é usada. O festival nesta sexta edição provou que pode ir além das salas”, explica Kleber Mendonça Filho, diretor do festival.
Veja a lista completa de vencedores:
JÚRI OFICIAL
Competição de curtas metragens internacionais
Formado por: Maeve Jinkings, Guto Parente e Luiz Joaquim
Melhor Som: Em Casa/ Dom Tsah (Rússia, D: Ruslan Magomadov)
Melhor Montagem: Plot Point Trilogy – Os Gigantes de Tokio – Trilogia do Ponto de Virada – Parte 3 /Part Three – Tokyo Giants (Bélgica, D: Nicolas Provost)
Melhor Imagem: Gambozinos (Portugal, D: João Nicolau)
Menção Especial do Júri: Ao ator Evgeniy Martinov, do filme Em Casa/ Dom Tsah (Rússia, D: Ruslan Magomadov)
Melhor Filme:
O Corpo de Afonso (Portugal, D: João Pedro Rodrigues)
Uma História para os Modlin/ A Story for the Modlins (Espanha, D: Sergio Oksman)
Competição de curtas metragens brasileiros
Formado por: Miguel Valverde, Mathilde Hemrot e Ivan Cordeiro
Melhor Som – Não estamos sonhando (CE, D:Luiz Pretti)
Melhor Montagem – Lição de Esqui (CE, D: Leonardo Mouramateus e Samuel Brasileiro)
Menção Especial do Júri – Até o céu leva mais ou menos 15 minutos (CE, D: Camila Battistetti)
Melhor Imagem – Pouco Mais de Um Mês (MG, D: André Novais Oliveira)
Melhor Curta Brasileiro – Em trânsito (PE, D: Marcelo Pedroso)
Competição de longas metragens
Formado por: Mark Peploe, João Luiz Vieira e Gabriel Martins
Melhor Som – Avanti Popolo (Brasil, D: Michael Wahrmann)
Melhor Montagem – Amor, plástico e barulho (Brasil, D: Renata Pinheiro)
Melhor Imagem – Tatuagem (Brasil, D: Hilton Lacerda)
Menção Honrosa – Gatinha estranha (Das Merkwürdige Katzchen – Alemanha, D: Ramon Zürcher )
Menção Honrosa/ Interpretação – Maeve Jinkings (Amor, Plástico e Barulho)
Melhor Filme – O ato de matar (The Act of Killing – Dinamarca/Noruega/Reino Unido, D: Joshua Opppenheimer)