SEXO, DROGAS E ROLLING STONES
José Emilio Rondeau e Nélio Rodrigues
[Agir, 352 págs., R$ 50]
Alvo de inúmeros estudos acadêmicos, coletâneas, antologias e documentários (a exemplo de Shine a light, de Martin Scorsese, lançado mês passado), a banda britânica Rolling Stones ganha mais um registro de luxo de sua longeva e prolífica de 45 anos ininterruptos nesta edição nacional de embalagem ultra pop. Ilustrada com um material abundante de fotos de sites e capas de revista, a publicação faz um apanhado da estrada de Mick Jagger, Keith Richards e cia dividido em cinco capítulos. Traz conteúdo suficiente para abastecer até os fãs mais ferrenhos, com imagens, histórias e set list de apresentações do grupo pelo Brasil. [RD]
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MANUEL BANDEIRA – CRÔNICAS INÉDITAS 1
Julio Castañon Guimarães (org.)
[Cosac Naify, 440 págs., R$ 65]
É um belo achado o que essa coletânea de crônicas empreende sobre uma parte pouco conhecida e renegada da obra de Manuel Bandeira. Com total desprendimento e paixão com que defende suas idéias, o poeta recifense faz um apanhado sentimental e crítico do efervescente cenário literário e artístico dos anos 1920, período do qual foram extraídas as 113 crônicas aqui compiladas. E, o melhor, todas inéditas em livro, publicadas apenas em revistas da época (A Província, Ariel, Para Todos). Na seleta, o autor de A cinza das horas exercita sua expertise de um crítico maduro, tecendo comentários sobre obras do período modernista, como Amar verbo intransitivo, de Mário de Andrade, além de trabalhos de Oswald de Andrade e Villa-Lobos. Discorre também sobre pintura, artes plásticas, música clássica e até o desbunde do Rio de Janeiro pré-bossa nova. [RD]
APRENDIZ DE HOMERO
Nélida Piñon
[Record, 368 págs., R$ 35]
Amada e odiada pela intelligentsia literária, Nélida Piñon é uma das poucas vozes femininas vivas das letras nacional. Com 70 anos recém-completados agora em maio, a escritora de ascendência espanhola atesta, porém, seu esgotamento criativo neste livro de ensaios, primeira publicação inédita desde 2005, após receber o aclamado Prêmio Príncipe de Astúrias. Nele, a romancista reúne 24 textos centrados em seu vasto estoque cultural, carregados, no entanto, de auto-referência e pedantismo. Enaltece personagens-chavões da literatura (Capitu, Ulisses e Quixote) e conta seus encontros de fardão, regados a chá e biscoitos, com escritores de seu círculo, entre eles Mário Vargas Llosa. Insípido e pretensioso. [RD]