MOBY DICK
Herman Melville (trad. Alexandre Barbosa de Souza)
[Cosac Naify, 656 págs., R$ 80]
Provavelmente o maior clássico da literatura norte-americana do Século 19, Moby Dick, ou A Baleia, de Herman Melville, acaba de ganhar uma edição de luxo no Brasil pela editora Cosac Naify, que ganhou a alcunha marqueteira de “edição definitiva”. Publicado em 1851, o livro conta o relato do marinheiro Ishmael sobre a última viagem empreendida a bordo de um navio de pesca de baleias pela costa leste dos Estados Unidos, quando encontra o cachalote branco que havia arrancado um mebro do capitão Ahab. Com referências a Shakespere, passando pelas tragédias gregas à filosofia, o livro é uma obra-prima epopéica cuja leitura nunca se esgota. A edição especial contém um apêndice com textos de Evert Duyckinck (amigo de Melville) e D.H. Lawrence, além de ilustrações e a reprodução de um mapa náutico da época. [RD]
JONAS, O COPROMANTA
Patrícia Melo
[Companhia das Letras, 176 págs., R$ 35]
A escritora paulista Patrícia Melo (O Matador) volta a carga com seu cavalo de batalha – os romances policiais – neste novo livro. Marcada por uma escrita de estilo telegráfico e por histórias de suspense cult, a autora, que também se dedica a escrever peças de teatro, filmes e programas de tevê, envereda-se por uma trama que relaciona literatura, mistério e clarividência de forte influência kafkiana e um quê de escatologia. Jonas, o copromanta, é um anti-herói passivo (parecido com Bartleby, o escrivão) que tem a tarefa burocrática de corrigir os romances que lhe chegam. Ao ler Copromancia, de Rubem Fonseca, o funcionário-padrão degringola sob a suspeita de ter sido plagiado. [RD]
PARIS NÃO TEM FIM
Enrique Vila-Matas (trad. Joca Terrón)
[Cosac Naify, 248 págs., R$ 45]
Neste mês em que o Maio de 68 faz quatro décadas, o novo livro do escritor espanhol Enrique Vila-Matas é um verdadeiro deleite para se degustar aos poucos. Expulso pela ditadura franquista, Vila-Matas mudou-se para Paris no auge da eclosão dos movimentos estudantis, onde passou por um exílio voluntário de dois anos numa casa alugada de Marguerite Duras. Esta obra, um misto de relato ficcional e autobiográfico, traduz, com frescor e fina ironia, o clima turbulento e aguerrido nas ruas da capital francesa, tomadas por barricadas e embates entre estudantes, escritores, cineastas e intelectuais contra os policiais. O título é uma paráfrase a um dos capítulos de Ernest Hemingway, Paris é uma festa. [RD]