Ginásio do Ibirapuera, São Paulo – SP
O Ginásio do Ibirapuera em São Paulo, na última sexta (15/08) foi palco do aguardado retorno da australiana Kylie Minogue ao Brasil com a Tension Tour. Em cerca de 1h55 de espetáculo, a artista passou por grandes momentos de sua extensa discografia, além de apresentar canções dos álbuns Tension e Tension II.
A abertura com “Lights, Camera, Action” já mostrou a força do espetáculo. Kylie surge no palco com um figurino verde e explodindo de carisma, o que só aumentou com “In Your Eyes”, “Get Outta My Way” e “Spinning Around”. O Ginásio estava lotado de fãs com camisetas de diversas eras de Kylie, e até mesmo alguns que recriaram alguns de seus incontaveis figurinos icônicos – como visuais com plumas, já que a estética showgirl é uma das mais emblemáticas da artista.
A cantora não cansou de agradecer ao publico durante todo o show, assim como os gritos da plateia nao cessaram também. Durante “Locomotion”, seu single de estreia em 1987, ela atravessa a plateia rumo a a um segundo palco, menor, no meio dos fãs. Com tom mais intimista, tivemos ali alguns dos momentos mais especiais da noite. Cantou um trecho a capella de sua parceria com Nick Cave, “Where the Wild Roses Grow”, dedicando a um sortudo fã da plateia, Paulo – que também ganhou uma rosa da artista. Seguiu com “The One”, uma das faixas mais queridas pelos fãs, e disse que sabia que aquela era uma das músicas mais especiais entre ela e o publico.
Kylie se lembrou do seu último grande show antes da pandemia de COVID-19 em 2020: o show que fez em São Paulo no Festival GRLS. Ela brincou que ainda ouvia os gritos da plateia naquela noite, que a acompanharam por muitos momentos. Na noite de 7 de março de 2020, Kylie não conseguia se ouvir durante as primeiras músicas, tamanho volume do público cantando a plenos pulmões. Foi uma imensa catarse coletiva. Afinal, foram longos 12 anos de espera desde a sua primeira vinda ao país em 2008, com a X Tour – a primeira era após a australiana vencer o câncer de mama.
Seguindo no palco secundário, cantou “Hold on to Now“, falando sobre como um dos motes da Tension Tour é sobre viver o presente, especialmente depois de todo o contexto pandemico de isolamento. A versão acústica de “Say Something”, com um globo de espelhos iluminando o Ginásio do Ibirapuera, foi um dos momentos mais bonitos do show. Ela seguiu com um medley de mais 4 canções do seu álbum Disco, lançado em 2020 durante a pandemia. Poder viver as canções deste trabalho, ao vivo, fora do isolamento, era algo muito esperado tanto pela artista como pelos fãs.

Sozinha no palco durante “Confide in Me”, Kylie mostrou a força de seus vocais, seguindo com “Slow” – que apesar do nome, “devagar” , foi um dos pontos mais agitados da noite: ela retirou uma capa e revelou um vestido de franjas nas cores da bandeira brasileira. Mal sabia ela que o público retribuiria a homenagem: durante “All the Lovers”, todos ligaram as luzes dos celulares com as cores da bandeira do Brasil, conforme o setor em que estavam.
“Timebomb”, “Edge of Saturday Night” e “Tension” foi uma sequencia explosiva. Mas um dos destaques da parte latinoamericana da turnê foi a inclusão de “In My Arms” no repertório. A canção já era esperada pelos brasileiros: em entrevista ao Papelpop em 2024, Kylie já havia prometido que a cantaria no Brasil, devido ao amor dos fãs pela canção. O mesmo ocorreu nos shows anteriores na Argentina e Chile. Com “Padam Padam” e “Love at First Sight”, Kylie encerrou a sua apresentação única em São Paulo, deixando todos com um misto de queremos mais com gosto.
Um dos pontos mais interessantes de assistir Kylie Minogue em 2025 não são as sequências de hits e clássicos, ou as novas canções, mas ver a própria Kylie em toda a sua entrega e alegria de realmente se conectar com os fãs, estar presente e criar uma noite inesquecível. Se ela ainda ouve os gritos do publico brasileiro desde 2020, os fãs que viveram a Tension Tour também não irão se esquecer das quase 2h que vivemos juntos naquela noite fria de agosto.

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