Júca lança videoclipe do single “Fogo”

Dirigido por ele e Jasmin Sánchez, clipe foi rodado ao amanhecer, no Arpoador

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(Foto: Mateus Augusto Rubim/ Divulgação)

O cantor e compositor Júca vai lançar o videoclipe de “Fogo” (parceria dele com Philippe Meyohas), nesta sexta (06), em seu canal no YouTube. Cordas de violino e violoncelo, com arranjos de Meyohas, se fundem aos sopros e à percussão afro-brasileira de Dudu Rezende no single, que liga instrumentação acústica a texturas eletrônicas densas.

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Dirigido por Júca e Jasmin Sánchez, também atriz, o clipe foi rodado nas pedras do Arpoador, no Rio de Janeiro, nos primeiros minutos do dia, assim que o sol desponta no horizonte. A direção de movimento ficou por conta da bailarina e coreógrafa Clara Francis, como parte de uma pesquisa que mapeia o trabalho de corpo e o espaço cênico enquanto território simbólico e político.

“Visualmente, Jasmim e eu conduzimos uma linguagem inspirada também na obra do cineasta Tony Gatlif, especialmente em filmes como ‘Latcho Drom’ e ‘Gadjo Dilo’, que exploram o deslocamento e a musicalidade como forma de identidade e expressão”, explica Júca.

O clipe não segue uma narrativa linear, mas propõe uma experiência visual em que o corpo se torna linguagem e paisagem. As performances de Larissa Machado, Ícaro Gaya, Rudá Sanches, Jasmin Sánchez, Clara Francis e Júca foram construídas com base em princípios do teatro físico e da dança contemporânea. E as imagens carregam ecos do presente que nos atravessa: os corpos que resistem, se deslocam e se reinventam. 

Juca clipe
Cena do clipe (Divulgação)

Ao evocar uma imagética da subjetividade do sul global, a obra propõe uma reflexão a respeito da realidade de regiões e povos marcados por ocupações, expulsões e silenciamentos históricos – territórios onde populações inteiras vivem sob constante vigilância e negação de seus direitos mais básicos. Essas paisagens de conflito e deslocamento ecoam não só uma situação específica, mas uma condição mais ampla e compartilhada por muitos povos do sul global: viver entre escombros e invenção, entre apagamento e reinício.

A canção fala de fé em meio ao cansaço, e também da necessidade de reagir. A letra aponta para escolhas morais em tempos difíceis, para seguir em frente mesmo quando tudo parece desabar. “Essa tensão entre continuar e transformar é o que move a música — ‘Fogo’ herda o gesto do poeta-ladrão de fogo — como escreveu Rimbaud. Presente em muitos rituais e crenças, o fogo aparece aqui como símbolo antigo de travessia e transformação”, comenta o jovem artista, nascido no outono de 1993.