No ano do centenário do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto, comemorado nesta quinta-feira (9), a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) publica João Cabral de Ponta a Ponta. O livro é assinado pelo crítico literário, ensaísta e poeta carioca Antonio Carlos Secchin, considerado o maior especialista na obra do poeta pernambucano.
Leia Mais
João Cabral, rigor e ritmo
Trata-se de uma nova edição – a última, esgotada, era de 2014, e trazia o título João Cabral: uma fala só lâmina (Cosac e Naify) —, com textos e imagens inéditos, que engloba praticamente toda a produção de Secchin sobre o poeta, desenvolvida em mais de três décadas. O lançamento do livro acontece em abril, no Recife, e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
“Os ensaios de Secchin, aprimorados ao longo de décadas, são indispensáveis para quem quer entender os meandros da criação de João Cabral de Melo Neto. Esta edição, com material inédito, abarca todos os livros do poeta e também o imaginário do Sertão na sua obra, as marcas dele na literatura brasileira e a relação com Carlos Drummond de Andrade, orgulho para a Cepe Editora poder publicar um volume essencial sobre um dos maiores poetas da língua portuguesa”, diz o editor Diogo Guedes.
Nesta reedição o autor traz ensaio inédito sobre a relação atribulada entre Cabral e Drummond, que foram muito próximos na década de 1940, mas romperam a partir dos anos 1950. A edição apresenta ainda uma importante entrevista do pernambucano a Secchin; a transcrição de uma palestra do poeta na Faculdade de Letras da UFRJ, em 1993 – tímido e reservado, conversou com o auditório lotado -; um precioso caderno de imagens com a reprodução de várias dedicatórias importantes e de capas ou folhas de rosto de obras do autor, algumas delas extremamente raras; e até mesmo um exemplar dedicado ao mineiro.
Secchin lança um olhar crítico e faz uma profunda reflexão sobre a obra do poeta pernambucano, desde os Primeiros poemas, até a última coletânea publicada por Cabral, Sevilha andando (1989).
O reconhecimento pelos 35 anos de pesquisas de Secchin é atestado pelo próprio Cabral: “quem melhor analisou os desdobramentos daquilo que pude realizar como poeta”.