Por André Azenha
HOOLIGANS 2
Jesse V. Johnson
[Green Street Hooligans 2, ING, 2009]
O primeiro já não era lá essas coisas. Lançado em 2005, “Hooligans” contava a história de um americano (Elijah Wood) que, ao visitar a irmã em Londres, fica amigo do irmão do cunhado, membro da torcida organizada do West Ham, e passa, do nada, a fazer parte dos quebra-quebras entre torcidas dos times de futebol. Incrivelmente, sem nem treinar algum tipo de luta, o mirrado Elijah se torna capaz de arrebentar as fuças de ingleses grandalhões.
O longa – que entre seus produtores contou com Jon Fafreau, diretor de “Homem de Ferro” -, banal e sem sentido, ao menos contava com atores conhecidos como o próprio Elijah Wood e a britânica Claire Forlani (“Encontro Marcado”) e tinha um desfecho chocante, mas não aprofundava mais a situação dos hooligans na Inglaterra, chegando, inclusive, a parecer simpatizar com a situação da violência entre as gangues de torcedores.
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Uma continuação era completamente desnecessária, e seu lançamento no Brasil, diretamente no mercado de home vídeo, levanta maiores suspeitas. Mesmo porque diretor e o elenco principal não foram mantidos.
A trama até que tenta dar sequencia aos fatos do filme anterior. E no início nos deparamos com três torcedores do West Ham, recém-presos, sendo transferidos para outra penitenciária devido a superlotação na sua prisão. Quando chegam ao novo ambiente, encontram os rivais do Millwall (timeco da Liga Inglesa, mas que tem uma das torcidas mais violentas).
Se antes ao menos o fanatismo era abordado (afinal, os Hooligans, na teoria, são torcedores ensandecidos antes de tudo), agora o futebol simplesmente vira mero artifício para as disputas dentro da prisão e o filme acaba virando uma pseudo-obra sobre a “realidade” dos presídios, soando bastante inferior a tantas outras produções do gênero, como “Condenação Brutal” (1989), “Attica – A Solução Final” (1993), o nosso “Carandiru” (2003) e a série de TV “Oz”.
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A direção é rotineira e o elenco fraco, principalmente o herói, interpretado pelo escocês Ross McCall, experiente em seriados televisivos como “Casamento Grego – A Série” e “Just Shoot Me!”. O maior problema é que ele tem cara de fuinha (lembra um Adam Sandler depois do acidente) e jamais convence quando tenta fazer pose de fodão nas brigas com sujeitos bem maiores (aliás, será que toda prisão britânica só possui detentos boladões?). A única a não comprometer é a bonita atriz Suzanne May, que faz a esposa ruiva do protagonista.
O roteiro também não ajuda, e o desfecho é completamente previsível. Passado praticamente em branco nos cinemas estrangeiros, nem de caça-níqueis podemos chamar este longa. Agora, se você souber de alguém que assistiu ao filme e vibrou com as pancadarias, pode ter certeza de que se trata de um bandido em potencial.
NOTA: 3,5
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