Galeria Contaminação do Poço traz exposição inspirada em novos olhares sobre interpretações cotidianas

Mostra de Alexandre Nóbrega, Eduardo Gaudêncio e Gabriel Petribú na Contaminação do Poço explora novos territórios e possibilidades numa jornada sensorial que promete envolver e provocar o público

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(Foto: Hannah Carvalho/ Divulgação)

“E se o mundo que conhecemos fosse apenas um esboço, uma sugestão de realidade? E se os caminhos que trilhamos pudessem ser repensados, redesenhados pelas mãos da arte?” É com essa provocação que a exposição O Mundo inventado e o mapa dos caminhos transitáveis convida o público a mergulhar em uma experiência sensorial na galeria Contaminação do Poço, no Poço da Panela,  zona norte do Recife. Nesta experiência, os artistas pernambucanos Alexandre Nóbrega, Eduardo Gaudêncio e Gabriel Petribú propõem novas maneiras de olhar para o mundo, explorando em 62 peças emoções e interpretações que vão além da superfície cotidiana.

A exposição é uma trama de inquietações, onde cada artista tece conjecturas visuais sobre os caminhos possíveis que as pessoas percorrem ou deixam de percorrer. As obras revelam diálogos poéticos entre diferentes formas de enxergar o mundo, provocando o público a questionar suas próprias percepções. Através de suas telas e instalações, Nóbrega, Gaudêncio e Petribú constroem novos territórios, onde a subjetividade ganha forma e convida o espectador a explorar novas direções.

Na série Vazio invertido, Alexandre Nóbrega cria paisagens que, embora distantes da realidade, evocam emoções e experiências humanas profundas. Para ele, essas imagens funcionam como metáforas das vivências, sugerindo que o mundo pode ser redescoberto sob novas perspectivas. Sua abordagem propõe uma reflexão sobre como a imaginação pode expandir o entendimento da realidade, revelando possibilidades frequentemente ignoradas e encorajando o público a explorar o potencial transformador da mente.

Eduardo Gaudêncio, na série Construção, utiliza pastilhas de revestimento em peças de acrílico e madeira, compondo elementos plásticos que remontam ao cotidiano e à memória. Ampliando a escala e desconstruindo esses materiais, o artista busca transformar a percepção dos elementos ordinários, trazendo à tona sentimentos de nostalgia e reconexão com o passado arquitetônico. “São composições que buscam ressignificar formas e materiais, convidando o público a criar novas narrativas e a refletir sobre os elementos que marcam suas próprias memórias”, explica Gaudêncio.

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(Foto: Hannah Carvalho/ Divulgação)

Já Gabriel Petribú apresenta a série Jogo da Onça, onde explora variações de tabuleiros e jogadas com técnicas de grafite, guache, acrílico e óleo. Inspirado na ideia de transitoriedade, Petribú utiliza o próprio jogo como uma metáfora para as escolhas e caminhos que definem a vida. Cada jogada representa uma decisão que altera o curso, e os tabuleiros refletem esse movimento constante e imprevisível da existência. “Quero que o público se conecte com suas próprias jornadas e perceba que, assim como no jogo, a transitoriedade é uma parte essencial da vida, moldada por nossas decisões e interações”, comenta o artista.

O espaço Contaminação do Poço, onde a mostra acontece, surge como um ponto de convergência das inquietações dos artistas, unindo o que há de mais singular na arte contemporânea pernambucana. Por meio de percursos únicos e representações que abordam questões universais e subjetivas, o espaço permite ao visitante uma imersão em novas possibilidades de interpretação da realidade.

Serviço:
Exposição: O Mundo Inventado e o Mapa dos Caminhos Transitáveis
Local: Estrada Real do Poço, 418, Poço da Panela, Recife
Entrada: Gratuita