Oriana Duarte Carnificina
Oriana Duarte - Carnificina.

Galeria Boi inaugura espaço em Caruaru com exposição coletiva “NOVA FORNOS”

Mostra reúne oito artistas e propõe novo eixo para a arte contemporânea no Agreste

A Galeria Boi inaugura seu espaço físico em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, no dia 27 de novembro, às 16h, com a exposição coletiva NOVA FORNOS. Com curadoria de Carlos Mélo, a mostra reúne 20 obras de oito artistas de diferentes gerações e territórios, propondo um recorte da arte contemporânea para além dos eixos tradicionais do circuito artístico.

Participam da exposição Rafael Chavez, Oriana Duarte, Ratinho, Pedro Vinício, Edson Barros Atikum, Beto Shwafaty, Paul Setúbal e Beatriz Albuquerque, com trabalhos que incluem pintura, performance, escultura, instalação e objetos. As obras dialogam com temas ligados ao território, ancestralidade, política, fissuras ambientais e experimentações estéticas, criando interseções entre memória, corporeidade e narrativas diaspóricas.

A Galeria Boi surge como desdobramento da Primeira Bienal do Barro do Brasil, realizada em 2014 também em Caruaru, e se consolida como polo de pesquisa, documentação e exibição de práticas contemporâneas contra-hegemônicas. O espaço busca ampliar a circulação da arte produzida no interior, tensionando hierarquias territoriais e afirmando novas geografias culturais.

Para Mélo, a proposta da galeria é fortalecer redes locais, formar público e criar novas rotas de circulação simbólica:  “Não estamos interessados em reproduzir o modelo dos grandes centros, mas em reafirmar que a produção de conhecimento e de potência estética também nasce no interior”, explica. “O Agreste tem uma economia vibrante, mas historicamente lhe foi negada a formação simbólica necessária para que a arte circule, seja debatida e valorizada. Nossa missão é criar um outro eixo de circulação e formação de arte, ativar redes locais, formar público, tensionar hierarquias territoriais e afirmar que a arte contemporânea não chega para ocupar um vazio, mas para dialogar com práticas, memórias e formas de saber existentes – com novas conexões, não fronteiras”, sintetizou.

A exposição NOVA FORNOS fica em cartaz até 27 de janeiro de 2026, de quarta a sábado, das 14h às 18h, na Rua Mestre Vitalino, 79, Alto do Moura. Agendamentos podem ser feitos para outros dias e horários pelo Instagram @galeriaboi.

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Carlos Mélo, curador da Galeria Boi. (Foto: Geyson Magno/Divulgação).

Minibiografias dos artistas: 

Rafael Chavez (1996, Santa Luzia–PB): artista autodidata paraibana cuja obra multimídia explora corpo, território e identidades queer, celebrando a diversidade do sertão nordestino.

Oriana Duarte (1966, Campina Grande–PB): artista com pesquisa sobre o corpo humano, sobretudo o feminino, explorando seus sentidos simbólicos e representações de gênero.

Ratinho (1986, Caruaru–PE): artista do Alto do Moura, começou no barro, inspirado em Mestre Vitalino. Explora barro, ossos e dentes em esculturas, além de pintura e fotografia.

Pedro Vinicio (2005, Garanhuns–PE): iniciou na pintura e, na pandemia, migrou para ilustrações digitais, com imagens e frases de humor ácido sobre a crise política e sanitária.

Edson Barrus Atikum (1962, Carnaubeira da Penha–PE): artista multimídia, criador de espaços como Rés do Chão e BCúbico. Atua entre arte, pesquisa e ativismo ambiental.

Beto Shwafaty (1977, São Paulo–SP): artista, pesquisador e curador que investiga relações entre espaço, história e política, em esculturas, instalações, vídeos e intervenções.

Paul Setúbal (1987, Aparecida de Goiânia–GO): artista que explora o corpo como campo de conflito e poder em esculturas, vídeos, performances e instalações.

Beatriz Albuquerque (1983, Porto–Portugal): artista interdisciplinar que cruza performance e multimédia. Estudou com Marina Abramović e integrou seu grupo em NY.