Na manhã de ontem (28), o cineasta norte-americano Francis Ford Coppola conversou com uma porção do público brasileiro em um encontro para promover sua nova produção, Megalópolis. O evento “Francis Ford Coppola em uma Conversa sobre Cinema” foi promovido pela O2 Play – distribuidora do novo longa-metragem de Coppola no Brasil.
O cineasta ressaltou a importância do cinema brasileiro e destacou o fato do Brasil ser, tradicionalmente, o berço de diretores e filmes relevantes, como Fernando Meirelles (Cidade de Deus) e Héctor Babenco (Pixote) além de Glauber Rocha, que chegou a morar em sua casa, em São Francisco. Na plateia, convidados como as atrizes Mariana Ximenes e Alessandra Maestrini, o cineasta Johnny Araújo, a produtora de cinema Suzana Villas Boas e os consultores Ronaldo Lemos e Paulo Rogério Nunes, entre outros.
O visionário diretor receberá o Prêmio Leon Cakoff da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo em 30 de outubro, no encerramento do festival, cuja atração de encerramento será a pré-estreia nacional de Megalópolis.
Um papo exclusivo sobre cinema, mediado pela jornalista e crítica Isabela Boscov, no qual Coppola compartilhou detalhes sobre sua carreira e a trajetória de Megalópolis, projeto que desenvolveu de forma independente ao longo de 40 anos. “Megalópolis pode ganhar dinheiro ao longo de décadas, não espero que ele faça a bilheteria de um Venom ou Homem Aranha. O que eu quero é que as pessoas assistam por muitos anos!”, reforçou o cineasta.
A ocasião marcou a terceira visita do diretor ao país e foi exclusiva para convidados, profissionais do audiovisual e artistas que tiveram a oportunidade de ver de perto um dos maiores cineastas de todos os tempos falando sobre seus processos criativos e seus projetos. “Eu sou um jovem estudante de 85 anos e que não acredita em fazer arte sem correr riscos; seria a mesma coisa que ter bebês sem fazer sexo”, afirmou Coppola.
De acordo com o cineasta, ele procurou cidades que pudessem resolver problemas de urbanismo para suas populações. E a brasileira Curitiba e seu prefeito Jaime Lerner foram inspiração para Megalópolis. “Conheci Lerner e, em Curitiba, decidiram fazer uma reunião para que a cidade pudesse pensar em prol da população. Uma das ideias era de que uma favela pudesse reciclar seu lixo e, em troca, as pessoas ganhariam um cesto de vegetais e legumes. E isso acontece até hoje. Outra ação que me inspirou foram as estações de ônibus; são baratas e funcionam de forma prática”. E continua: “Lerner é um personagem a quem agradeço muito. Se eu tiver um lugar para dormir em Curitiba, ficarei muito feliz. Estou pobre porque gastei todo meu dinheiro em Megalópolis (risos)”, brincou o diretor.