Com Paulo Floro, de Belo Horizonte (MG)
O Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), em Belo Horizonte é um evento de grande importância para os escritores, quadrinistas, ilustradores e todos os profissionais envolvidos na produção de HQs de todo o Brasil. Em sua 11ª edição, o evento tem como tema “Quadrinhos e o mundo do trabalho” e acontece desta quarta-feira (3) ao domingo (7), no Minascentro, com entrada gratuita.
Esta é a primeira edição desde 2018 e o primeiro grande evento do calendário do cenário nacional de quadrinhos pós-pandemia. O festival, contudo, está seguindo protocolos de segurança, como a obrigação do uso de máscaras pelos expositores e convidados.
Contando com a presença de diversos artistas brasileiros e de todas as partes do mundo, o grande homenageado da edição é o quadrinista Marcelo D’Salete, que possui mais de 20 anos de carreira, sendo suas obras mais famosas aquelas que retratam o cenário da escravidão no Brasil: Cumbe e Angola Janga.
Entre os artistas convidados desta edição estão os franceses Chloe Cruchaudet (autora de Degenerado), Fabian Tolmé (da trilogia A Odisseia de Hakim) e os brasileiros Triscilla Oliveira (de Confinada), Jefferson Costa (Jeremias – Pele), Ilustralu (vencedora do CCXP Awards por Arlindo), Aline Zouvi, Rogi Silva, Paulo Moreira entre outros. Veja a programação completa de debates e sessões de autógrafo no site do evento.
Depois de alguns anos sem a realização, o diretor artístico do evento, Gabriel Nascimento, afirma que o retorno do grande festival é uma retomada no cenário de quadrinhos brasileiros, que foi muito afetada durante a pandemia. Por isso o evento de 2022 conta com uma programação diversa e plural, que inclui desde exposições, oficinas e sessões de filmes até debates, sessão de autógrafos e feira de quadrinhos.
“As feiras e festivais são os principais meios de se manter no mundo dos quadrinhos e o FIQ é um desses lugares de encontro. Sabemos que dá vontade de voltar como se fosse 2018, mas o mundo mudou, então é um reencontro que a gente faz questão de que ele aconteça, mas ele tem desafios”, afirma Gabriel.
Diante do cenário pandêmico e de um mundo que sofreu mudanças, Nascimento explicou que mudanças precisaram ser feitas para o funcionamento, tal qual a mudança de endereço para o Minascentro e novas modificações, como a estruturação de um auditório e uma organização ainda melhor nas mesas de debates, artistas e oficinas.
“O FIQ é um evento dedicado só ao quadrinho, tem essa característica de se firmar enquanto evento de quadrinhos, para quadrinhos e pensado por pessoas que estão ligadas aos quadrinhos, com um público que conhece ou que está conhecendo e que vai ter uma ligação quando visitar. E uma das características mais importantes é a de ser um evento público, que faz com que a gente tenha um esforço de formação de publico leitor. Então fazemos a abertura com as escolas que resulta em uma relação que desperta os alunos para os quadrinhos”, completou o diretor.