O francês Boulet, um dos convidados do Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), começa a ser publicado no Brasil depois de fazer sucesso na Europa com sua webcomic Bouletcorp. O site Outros Quadrinhos, que traduz HQs online estrangeiras para o português, lança a série por aqui, de forma quinzenal.
Boulet, cujo nome verdadeiro é Gilles Roussel, ficou famoso no meio por causa de suas HQs autobiográficas misturadas com situações surreais e presença de personagens fantásticos e também da cultura pop. O mais interessante é que sua obra sabe utilizar o meio online, sobretudo na utiização de GIFs animados.
Perguntado sobre seu estilo, Boulet disse que sua técnica é muito baseada no fluxo de pensamento, sem muito planejamento. “Rascunho é para os fracos”, disse brincando. “Quando comecei, a vida de desenhista me parecia muito dura e complicada com todos aqueles pincéis e réguas. Por isso mantive nos meus quadrinhos a proposta de desenhar como se estivesse escrevendo em blocos”.
Os livros impressos de Boulet ainda são inéditos no Brasil. Artista nascido na web e bastante confortável nesse meio, ele lembrou no FIQ que toda suas publicações no papel foram um tanto conturbadas, sobretudo pelas longas negociações com editores para que seu trabalho saísse do jeito que ele queria. “Não queria fazer nenhum best-of, mas sim algo cronológico, com alguns extras. Se hoje tenho algo publicado em formato livro, não foi por culpa minha”.
Boulet também chega ao Brasil via folhas impressas através da coletânea Máquina Zero, lançada no FIQ. A HQ reúne quadrinistas de diversos países e conta com uma história do autor francês. [Paulo Floro]