O Festival de Angoulême, um dos mais importantes eventos de quadrinhos do mundo, que acontece na França, divulgou os vencedores da edição 2025. Deux Filles Nues (ainda sem tradução no Brasil) levou o Fauve D’Or de melhor álbum, o prêmio máximo.
Deux Filles Nues é a mais recente HQ de Luz (cujo nome real é Renald Luzier), antigo cartunista do jornal Charlie Hebdo. Ele foi um dos sobreviventes do massacre que aconteceu na redação do periódico por extremistas em 2015. Ele sobreviveu ao atentado, pois chegou atrasado neste dia.
A história gira em torno de um quadro do pintor expressionista alemão Otto Mueller. O leitor acompanha o ponto de vista das própria pintura ao longo do tumultuado século 20.


O mangaka Shintaro Kago venceu como melhor série pela edição francesa de Dementia 21, publicada no Brasil pela Todavia. A coleção dos trabalhos de Lynda Barry, Come Over Come Over, ganhou o prêmio de Herança, voltado para um resgate importante de HQs relevantes.
O prêmio Polar, voltado para narrativas de suspense, foi vencido por Revoir Comanche, de Romain Renard (também inédito no Brasil).
Dois quadrinhos ganharam menção especial do júri: En Territoire Ennemi, de Carole Lobel e Les Météores: Histoires de Ceux Que Ne Font Que Passer, de Jean-Christophe Deveney e Tommy Redolfi, ambos sem tradução por aqui.
O quadrinista estadunidense John Romita Jr. ganhou um troféu especial por sua contribuição aos quadrinhos. Na abertura do evento, a quadrinista Anouk Ricard ganhou o Troféu Grand Prix, dedicado aos grandes mestres. Ela competia com Alison Bechdel e Catherine Meurisse. Esta foi a primeira vez que todas as indicadas eram mulheres.

