A exposição coletiva Cosmo/Chão, em cartaz desde novembro de 2024, entra em seus últimos dias na Oficina Francisco Brennand, no Recife. A mostra permanece aberta ao público até o dia 7 de setembro e reúne cerca de 90 obras de 14 artistas de oito estados brasileiros, além de trabalhos do pernambucano Francisco Brennand (1927-2019). As obras ocupam tanto a Accademia, espaço expositivo do museu, quanto áreas externas, como o jardim e o Lago das Sombras.
Com curadoria de Germano Dushá e Gleyce Kelly Heitor, a exposição tem como foco a prática escultórica em suas expressões ancestrais e contemporâneas, explorando temas como identidade, espiritualidade, memória e território. O objetivo é estabelecer conexões entre a obra de Brennand e novas perspectivas artísticas, ampliando interpretações sobre escultura e território.
A curadora Gleyce Kelly Heitor explica: “Queríamos artistas que trouxessem novas perspectivas, tanto formais quanto conceituais, de modo a ampliar as possíveis interpretações do público sobre o que esse território representa — tanto fisicamente quanto no imaginário cultural. Além disso, essa pluralidade de vozes artísticas possibilita a criação de novos diálogos culturais, tensionando e expandindo a identidade da Oficina ao propor novas leituras e atravessamentos simbólicos.”

Já o curador Germano Dushá ressalta: “Para falar de conceitos tão amplos, é natural ter um grupo plural. A diferença está no próprio enraizamento e nas trajetórias e experiências subjetivas de cada um. Cada artista traz consigo a carga histórica, social e material dos lugares que habita e lhe atravessam. Naturalmente, isso traz uma diversidade de ideias, formas e materialidades.”
A mostra também marca uma política do museu de revisitar e atualizar o legado de Francisco Brennand. Nesse sentido, a gerente artística da Oficina e coordenadora geral da exposição, Olívia Mindêlo, afirma: “Essa mostra é uma oportunidade de enxergarmos e sentirmos as energias que rondam essas criações escultóricas, seja na cerâmica ou em outros materiais, e que também estão presentes na Oficina, na obra de Brennand. Criando um diálogo que não é só harmônico, mas de ruptura e de embate. A arte possibilita isso e o encontro da arte contemporânea com acervos é o que vejo hoje como uma das coisas mais potentes nas programações dos museus brasileiros. Nossa tarefa tem sido abrir as portas para essas conversas e aprofundar essa tendência tão necessária à história do país e sua arte.”
Serviço:
Exposição: Cosmo/Chão – em cartaz até 7 de setembro de 2025
Local: Oficina Francisco Brennand – Propriedade Santos Cosme e Damião, R. Diogo de Vasconcelos, S/N – Várzea, Recife
Horário: 9h às 17h (bilheteria até 16h)
Ingressos: R$ 50 (inteira) | R$ 25 (meia) | residentes em Pernambuco: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Gratuidade: crianças até 5 anos, professores e alunos da rede pública, funcionários de museus e guias de turismo
Informações: (81) 2011-5466

