O documentário Janis – Amores de Carnaval, Memórias de Ricky Ferreira e Convidados fará sua estreia mundial nesta sexta-feira (4), às 18:30, na seção Première Brasil: Retratos Longa-Metragem do Festival do Rio, que ocorrerá no Estação NET Gávea 3. Produzido por Marcelo Braga, da Santa Rita Filmes, e dirigido por Ana Isabel Cunha, o longa-metragem aborda a visita de Janis Joplin ao carnaval carioca de 1970, um episódio pouco conhecido da cantora.
Narrado em primeira pessoa pelo fotógrafo Ricky Ferreira (in memoriam), que hospedou Janis Joplin e sua amiga, a estilista Linda Gravenites, após serem expulsas do Copacabana Palace, o filme resgata memórias e experiências desse período. “Ricky é pessoa fundamental para esta obra ter sido realizada. Não só por todo rico arquivo fotográfico que licenciamos dele sobre esta passagem meteórica de Janis, como ele foi, de fato, um cicerone dela pelos 7 dias a hospedando em sua residência no Leblon”, explica Marcelo Braga.
A diretora estreante Ana Isabel comenta: “Não se sabia ao certo como e porque ela havia vindo parar no Brasil. Mas foi aqui que Janis pode ser livre, uma anônima na folia carioca e onde conheceu seu grande amor, um amor de Carnaval, o americano David Niehaus. A passagem pelo Rio acabou sendo sua última viagem”.
O documentário é enriquecido com fotografias do acervo de Ricky e depoimentos de admiradores e pessoas que vivenciaram o episódio, incluindo Baby do Brasil, Alcione e Walter Casagrande.
A cineasta ressalta que a passagem pelo Rio foi uma experiência intensa para Janis, que, mesmo sendo convidada para o baile do Theatro Municipal, foi barrada no camarote por “não ser boa”. “Essa pressão estética é um tema que nós mulheres sofremos até hoje”, acrescenta.
Visualmente, o filme busca evocar uma nostalgia da época, com fotografia de Pedro Dourado. “Foi muito interessante ver um fotógrafo tão jovem trazer ótimas referências para este filme”, afirma Marcelo Braga. A seleção musical, segundo ele, foi um desafio, dado que o foco do documentário é a passagem de Janis pelo Brasil, e não sua história musical. “Trouxemos algumas raridades para compor os fundos de nosso filme”, conclui.