Especial: O melhor do Festival de Inverno de Garanhuns este ano

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Festival que começa nesta semana e vai até o final do mês é ótima oportunidade para descobrir novos sons feitos em Pernambuco e no Brasil

Hugo Linns, Rodrigo Campos, Juvenil Silva, Afrobombas, Juliano Holanda e muitos outros nomes terão a oportunidade de mostrar seu som para um público maior ao que estão acostumados neste 23º Festival de Inverno de Garanhuns, que começa nesta quinta (18) e vai até o dia 27. Além dessas novidades, o festival também promove apresentações que comemoram feitos históricos, como os retornos do Querosene Jacaré e Jorge Cabeleira, legados do manguebeat. Traz ainda shows de Caetano Veloso, Karina Buhr e dos portugueses Deolinda.

O FIG tem 11 polos com shows de Ney Matogrosso, apresentações de forró, samba e música instrumental. Tem também teatro, artes plásticas e gastronomia. Na enormidade de coisas para ver e ouvir, selecionamos as atrações pop mais interessantes deste ano. Aqui a programação dos palcos pop. E aqui um .pdf com todas as atrações.

JUVENIL SILVA

O pernambucano Juvenil Silva (ex-Canivetes e atual Dunas do Barato) fez sua estreia no início deste ano com o disco Desapego, uma viagem psicodélica e folk que o colocou como um dos destaques da nova geração de músicos do Recife. Experimental, ele é um dos idealizadores da Noite do Desbunde Elétrico, ao lado de Jean Nicholas, um festival feito por músicos e que vem revelando novos nomes. Por instigar todo um novo momento no som feito em Pernambuco, o show de Juvenil será um dos destaques do FIG.

HUGO LINNS

O multi-instrumentista Hugo Linns lançou este ano seu novo disco, Vermelhas Nuvens. A estreia em palco do novo trabalho será no FIG. Ele experimentou mais na viola dinâmica, aquela usada pelos repentistas nordestinos.

VITOR ARAÚJO

Vitor Araújo já provou o quanto este show do seu novo disco A/B é incrível. Foi no festival No Ar Coquetel Molotov que ele mostrou a força que sua música clássica com influência post-rock tem no palco. Ajudou as intervenções no telão (não sabemos como funcionará em Garanhuns) e o laconismo de Vitor, que se comunicava com o público com letreiros semelhante aos filme mudo do início do século passado.

JULIANO HOLANDA

Integrante de grupos como a Orquestra Contemporânea de Olinda, Juliano Holanda lançou este ano seu primeiro disco solo, A Arte de Ser Invisível. Prolífico, Holanda já participou de mais de 50 álbuns em uma trajetória relativamente curta (tem 35 anos), entre eles trabalhos de Alessandra Leão, Rabecado, Erasto Vasconcelos, Zeh Rocha, entre outros. Na sua estreia sozinho ele traz participação de diversos amigos com que trabalhou. O show no FIG deve trazer algumas surpresas em seus convidados especiais.

KARINA BUHR

Outro show que se destaca pela performance. Karina Buhr é visceral e sexy no palco com destaque para faixas tiradas de seu mais recente disco Longe de Onde. Na apresentação que vimos no Teatro da UFPE presenciamos uma artista que incendeia a plateia em uma espécie de teatro punk com muito peso. Sua banda costuma contar com nomes como Edgard Scandurra nas guitarras.

TIGRE DENTES DE SABRE

Formado por dois músicos e um VJ, o Tigres Dentes de Sabre faz um som explosivo na mesma escola do Klaxons e Death Above 1979. Formado no interior de São Paulo, a dupla Marcos Till e Gui Calzavara conseguiu reconhecimento além do universo da música eletrônica e circuito de festas: fizeram trilha para o Teatro Oficina e tocaram no Amazonas, Pará e Recife.

QUEROSENE JACARÉ

Formado Ortinho (vocal), Alfaia (baixo), Tonca (guitarra), Hélio Loyo (guitarra), Cinval (percussão), e Adelson Luna (bateria), o Querosene Jacaré fazia um dos sons mais nervosos dentro do caldo que era o manguebeat dos anos 1990. Agora esse mesmo pessoal está volta 15 anos depois do primeiro disco e fazem shows para celebrar a data.

CAETANO VELOSO

Caetano Veloso fez um show memorável em sua recente passagem pelo Recife durante a turnê de seu novo disco, Abraçaço. A expectativa é que ele repita o feito em Garanhuns. No entanto, ele pode deixar sua fase atual um pouco de lado e abrir espaço para sua coleção de hits, que teria mais apelo popular. Preferimos a primeira opção.

BARBARA EUGÊNIA

Em seu segundo disco É O Que Temos, Barbara Eugênia aprofunda sua relação com o brega e a jovem guarda dos anos 1970. A produção foi de Clayton Martin e Edgard Scandurra. Mais madura, Bárbara faz a estreia desse disco em Pernambuco, depois de uma elogiada estreia Journal de BAD.

JORGE CABELEIRA

A banda Jorge Cabeleira e O Dia Em Que Seremos Inúteis teve uma carreira meteórica na fase do manguebeat, com shows no abril Pro Rock e um contrato com a Sony Music (as gravadoras ainda reinavam à época). Agora, no ano em que completam 20 anos, o grupo retorna depois de um longo período de recesso para uma coletânea, DVD ao vivo e algumas inéditas. O show do FIG faz parte dessas comemorações.

EX-EXUS

Formada por ex-integrantes da Comuna, o Ex-Exus é um dos grupos pernambucanos mais experimentais (e incompreendidos) da cena independente. Com influência de Lula Côrtes, Talking Heads, e vá lá, Animal Collective, eles preparam um novo disco. Vamos ver se eles soltam novidades neste show do FIG.

OS SERTÕES

Formado por Clayton Barros, do Cordel do Fogo Encantado, a banda Os Sertões chega para dar uma roupagem pop moderna e longe dos clichês sobre o interior de Pernambuco. Com rock e elementos regionais, a banda traz um som cosmopolita em um dos trabalhos mais instigantes da música pernambucana dos últimos anos. Veja a crítica que fizemos do disco de estreia, A Idade dos Metais.

TAGORE

O músico Tagore Suassuna, ex-The Keiths, é um dos nomes promissores da nova cena independente do Recife. Depois de vencer o Pré AMP foi ganhando destaque com seu rock influenciado por psicodelia dos anos 1970, Black Sabath e misticismo. O disco Movido A Vapor está sendo produzido com Clayton Barros, do Os Sertões.

DEOLINDA

A banda portuguesa Deolinda propõe uma releitura moderna do fado, ritmo tradicional de Portugal. Com adição de guitarras, o grupo chamou atenção para esse lado moderno do ritmo, afastando os preconceitos e clichês que muitos ainda têm. Famosos em Portugal, o grupo vem ajudando a chamar atenção para a efervescente cena roqueira do país. Veja o que já publicamos sobre a cena portuguesa.

THIAGO PETHIT

Thiago Pethit aprimorou as possibilidades de sua voz e conseguiu reforçar ainda mais suas referências estéticas neste segundo disco, Estrela Decadente. Com inspiração nos cabarés e dândis dos anos 1930 a 50, ele tem um show muito performático e emotivo. O show no festival No Ar Coquetel Molotov do ano passado foi a estreia desta apresentação.

RODRIGO CAMPOS

Um dos nomes que pensam os novos rumos da MPB, Rodrigo Campos lançou um dos melhores discos do ano passado, Fantástica Bahia. Com ótimos arranjos instrumentais seu show tem um samba que canta crônicas do interior baiano e da periferia urbana de São Paulo. Ele também é um dos compositores por trás do grupo Passo Torto. Imperdível.

AFROBOMBAS

Idealizado por Jorge Du Peixe, Afrobombas chama atenção inicialmente por contar com Louise Taynã (filha de Chico Science) e Ramon Lira (filho de Jorge DuPeixe) na formação. Mas essa nova geração não faz uma simples ode aos pais. O som do grupo vai numa direção mais pop e dançante (ao contrário da Nação, mais puxado para o metal).