COBERTURA ESPECIAL NO AR: COQUETEL MOLOTOV 2009
Uma circulada pelo Centro de Convenções apertando o pause da euforia do evento, durante o No Ar: Coquetel Molotov este ano causa certo espanto ao realizar o tamanho que o evento atingiu, desde sua primeira edição em 2004. Neste sexto ano, tendo Beirut e Lô Borges e Milton Nascimento como headliners, o que se viu é uma estrutura maior, mais organizada e diversa que o maior festival de Pernambuco até então, o Abril Pro Rock.
Outro mérito – e isso vai além de afinco na organização – é a personalidade muita clara do coletivo que empreende o No Ar. Isso resulta em pessoas que vão até o festival com propósitos outros que não apenas assistir aos shows, seja circular pelos stands, tocar guitarra no estúdio móvel Das Caverna, dançar música eletrônica demodê no espaço da Samsung ou mesmo comer uma tapioca de carne de sol de carneiro no cantinho que a loja Acre montou. É um público que em seis anos criou uma empatia com o Coquetel, compartilhando referências estéticas e estilos em comum, sobretudo musical.
Um festival como o No Ar mostra o quanto Recife é receptiva a novas propostas sonoras. E isso, cinco anos depois foi percebido pelas empresas. Este ano, além da Trident, que também patrocinou ano passado, Samsung e Vivo apostaram em divulgar suas marcas ao público do lugar. Outros pequenos nomes também puderam ser percebidos aqui e ali, da Skol que aproveitando a exclusividade na comercialização de bebidas, vendia latinhas a R$ 3 à Red Bull, presente do palco à sala de imprensa.
É um público mais aberto, que não é condescendente com cultura popular, curte sem culpa desde roqueiros suecos a música eletrônica francesa maluquinha. O No Ar, mesmo apoiado por dinheiro estatal, não precisa regular sua curadoria com propostas conservadoras, ortodoxas de músicas locais. Porque hoje a música pop coloca num denominador comum música feita em qualquer parte do mundo ao mesmo tempo em que explicita suas referências de origem.
Até a controversa escalação do festival faz parte da graça do No Ar. Este ano, mais equilibrado não tivemos um Lulina como em 2006, quando a banda pernambucana tocou no palco principal do Teatro da UFPE e hoje ainda não teve um disco lançado. Não tiramos mérito da qualidade da banda, mas corporativismo (#forcinha) é legal de se ver. São essas idiossincracias que fazem do No Ar: Coquetel Molotov um festival tão legal de se ver, curtir e comentar.
A Revista O Grito! fez uma cobertura especial do evento, que você acompanha pelos links abaixo.