Especial Hip Hop 2013: Killer Mike e El-P em Run The Jewels

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Por que Killer Mike e El-P fazem a melhor parceria no hip hop hoje
Novo disco em conjunto dos rappers trazem peso e letras sobre paranoia, racismo e política

Que Jay Z e Kanye West que nada. Não existe hoje parceria mais interessante e produtiva no hip hop atual do que Michael Render (Kille Mike) e El-P (Jaime Meline, rapper e produtor americano). Eles lançaram mês passado Run The Jewels, que aprofunda ainda mais as experiências estéticas e conceituais que fizeram em R.A.P. Music, disco de Mike produzido por El-P em 2012.

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Mais do que uma união por pura conveniência, como foi o caso de West e Jay Z em Watch The Throne, o trabalho dessa dupla tem uma coesão que vai além da amizade. Há até uma tiração de onda que faz referência ao hit “Niggas In Paris”: “Niggas will perish in Paris / Niggas is nothing but parrots”, em “Sea Legs”. A força aqui mais uma vez é a voz grave sobre as batidas eletrônicas, com forte influência de industrial e punk e letras sobre paranóia, política, racismo, ameaças à liberdade e críticas à América. Killer Mike e El-P estão anos-luz do egocentrismo de muitos rappers e superaram há tempos velhos temas cansados que ainda hoje aparecem por aí.

Parece que conseguiram olhar para fora do gênero, pescar o melhor do rock e eletrônica ao mesmo tempo que foram no passado distante do rap americano para pegar os colhões de uma época em que as coisas eram mais perigosas. Junte tudo isso a um discurso crítico ao estado das coisas no mundo hoje, baseado no medo imposto pelos governos aos seus habitantes (troque segurança por extremo controle, parece ser o lema). Run The Jewels conversa diretamente com R.A.P. Music, mas também tem seu estilo próprio, um pouco mais pesado e ao mesmo tempo menos pessimista. Classe A do hip hop hoje. [Paulo Floro]

Run_the_jewels_ep_album_coverKILLER MIKE & EL-P
Run The Jewels
[Fool’s Good, 2013]

Nota: 9,0