Dirigido por Rachel Daisy Ellis, o longa brasileiro Eros foi selecionado para a 21ª edição do Festival Internacional de Documentários de Copenhague, o CPH:DOX, um dos mais prestigiosos da Europa. Contado a partir do auto registro de pessoas frequentadoras de motéis, a obra examina a intimidade, o sexo e o amor através de dez estadias.
O filme participará da mostra NEXT:WAVE, que traz 14 títulos de realizadores emergentes internacionais, e concorrerá a dois troféus: o NEXT:AWARD e o prêmio de audiência. O evento, que começa no próximo dia 13 e vai até 24 de março, na Dinamarca, foi responsável pela estreia de sucessos como Queendom e The Last Year of Darkness, no ano passado.
“Muito feliz com a seleção no festival que é uma plataforma tão importante para novos realizadores de documentário e que dá visibilidade a projetos e autores que estão experimentando com linguagens e provocando novos debates em torno do documentário. Vai ajudar a garantir que Eros seja visto e debatido com mais gente”, celebra a cineasta britânica-brasileira.
Segundo ela, a ideia partiu de uma vontade de refletir sobre o que considera a maior instituição de sexo do Brasil: o motel. “Queria explorar e entender melhor as relações que aconteceram entre as quatro paredes dos suítes de motel e o que poderiam revelar sobre como nos relacionamos intimamente.” A partir de então, pessoas frequentadoras foram convidadas a se filmar durante uma noite.
Todas as filmagens foram realizadas com os celulares das próprias personagens, que se filmaram durante uma estadia. “Escolhi o dispositivo do auto registro como maneira de adentrar a intimidade e explorar a autorrepresentação. O filme acabou sendo um mergulho nas relações íntimas, a liberdade sexual, o refúgio, a relação corpo-espaço, a autorrepresentação, a performance, o amor romântico e a solidão”, argumenta.
Produzido em parceria com Dora Amorim, da produtora Ponte, Eros é o primeiro longa-metragem de Rachel Daisy Ellis. O filme faz parte de um projeto mais amplo da diretora, que pretende explorar o auto registro e investigar a influência de instituições nas relações interpessoais. A distribuição no Brasil é da Fistaile, de Talita Arruda e Marina Tarabay.
Rachel Daisy Ellis é conhecida por seu trabalho como produtora de títulos nacionais como Boi Neon, Divino Amor e Doméstica, de Gabriel Mascaro. Sua estreia na direção aconteceu em 2018, quando lançou o curta documentário Mini Miss. O trabalho estreou no True/False, nos Estados Unidos, e ganhou o prêmio de aquisição do Canal Brasil no festival É Tudo Verdade.
