O Carnaval já vem fungando o cangote de quem é bom pernambucano. Agito, ladeira, ruas apinhadas de tudo quanto é gente, e muito frevo: esse é o combo que faz o coração do folião bater mais forte. E é esse o clima de “Frevo Descalço”, single que o cantor e compositor recifense Bernardo Arraes de Alencar Valença ou apenas Bernardo Valença acaba de lançar. A faixa acaba de entrar nesta sexta-feira (2) nas plataformas de streaming. “Gosto do desafio e de bolar músicas a partir de fragmentos, uma frase, um mote, uma proposta, uma melodia que vem na cabeça”, afirma o artista.
Aos 33 anos, Bernardo Valença é um multiartista: cantor, compositor, poeta, escritor, ator e produtor audiovisual, enfim, um artista completo. Começou a sua carreira musical solo com o single e clipe “Dó”. “Pego uma palavra que tem um som interessante, vou desenvolvendo a partir dela alguma narrativa, quebro a narrativa, misturo com uma coisa antiga. As ideias vão surgindo na insistência mesmo”, detalha.
Em uma carreira de devoção à criação artística, lançou o primeiro livro de poesia aos 12 anos: De Mãos Dadas Com a Vida. Aos 17, Bernardo lançou Onomatopéia do Silêncio. Já aos 20 anos, lançou o livro Lá no Alto a Pipa Vermelha Tentava Empinar o Menino no Chão.
O multiartista também dedicou-se ainda ao teatro com espetáculos como O Processo (2015), no Teatro Eva Herz, Pela Família (2016), no Microteatro do Castelinho do Flamengo e O Ateneu (2018), no Teatro Oi Casa Grande.
Bernardo é íntimo da região do Agreste e Sertão do Pajeú, berço da poesia oral dos cantadores. Tanto a família materna, quanto paterna é de artistas: pela família paterna, seu bisavô, Orestes Valença, declamava glosas, seu tio Alceu Valença é uma referência próxima. “Acho que Alceu é a maior, porque eu sempre fui um defensor da obra dele, de que as pessoas conhecessem o lado B e o lado C dos seus discos”, conta. Já do lado da mãe, os tios Zé Almino (poeta e escrito) e Guel Arraes (cineasta), apenas para citar os mais conhecidos.
Nesta entrevista, Bernardo Valença fala à Revista O Grito! de suas referências na literatura, do papel da família em sua trajetória, sua relação com a arte desde a infância e dos seus processos de escrita. Confira:
Por que você começou a cantar?
Canto desde pequeno, com seis anos eu sabia as letras de Alceu, de Gonzaga, lembro de cantar “Sabiá”, junto com meu irmão gêmeo, André, em uma festa de família. Depois, a gente foi formar uma banda juntos que durou dos 12 aos 14 anos.
A gente começou a conhecer Chico Buarque meio que juntos. Os dois gostavam muito e isso era bom, alguém pra trocar sobre. Aí parece que fui apresentado a outro mundo: descobrindo os bons discos de Noel que ele falava e dos ícones da MPB, que são a entidade Gil e o nosso guru Caetano, sempre atento a esse negócio da letra. Meu negócio sempre foi contemplar as artimanhas dessas narrativas sonoras: “Olha lá vai passando a procissão, se arrastando feito cobra pelo chão”!
De onde surgiu a necessidade de criar músicas?
Desde sempre, como gosto de letra, eu comecei fazendo poesia, pesquisando os poetas como Carlos Pena Filho, Ascenso Ferreira… Fiz um livro de poesias na escola aos 12 anos, fiz outro com 17 já com editora e outro com 20 de forma avulsa.
Os títulos são “De mãos dadas com a vida”, porque nessa época que conheci Drummond, “Onomatopéia do Silêncio” e “Lá no alto a pipa vermelha tentava empinar o menino no chão”.
Tudo independente e por conta própria… Só estou tentando dar continuidade ao trabalho daquela criança lá de 2002. E admiro essa coisa de bulir com as palavras.
O que você pensa na hora de escrever?
Gosto do poder que uma letra tem de te teletransportar. No caso da música, como ela pode intensificar o sentido daquilo tudo ou trazer um no sentido paralelo, que deixa aquele texto mais aprazível. Tem coisas que são gostosas de serem repetidas, cantadas. Refrões são coisas que alegram os nossos dias, né? Do nada, vem um refrão de uma música que você gosta na cabeça, aquilo pode mudar teu dia, te dar uma resposta.
Gosto quando a gente diz coisas que precisamos dizer pro outro através das músicas e, consequentemente, de falar coisas que queria falar também.
Sou meio viciado em jogos de palavra. “Dó” só tem monossílabos, é uma loucura. Gosto de inventar meus jogos ou minhas regras, como o de evitar um linguajar muito rebuscado, mas usar quando quiser também, se aquilo ali pedir muito.
Tento buscar uma simplicidade, e que também tenha muito ritmo ali na hora de construir a estrutura métrica. Gosto do fato de terem sete notas e as combinações serem infinitas, de terem infinitas músicas de amor, mas nunca a sua consegue ser igual a de outra pessoa.
Dá pra fazer muita coisa. Gosto de palavra que tem uma vogal e uma consoante, ou abstrair, que tem muitas consoantes, ou vaie que tem três vogais juntas. Meu pai e eu temos uma coleção das palavras que a gente gosta, mistura um pouco com o som, com o sentido e é muito bom quando o som tem tudo a ver com o sentido, feito chuuuuuva.
Tem como brincar com os possíveis significados de uma frase, organizar as tônicas pra ficarem percussivas ou assonantes, para imitarem um chocalho ou como Alceu faz em “Papagaio do Futuro” que ele transforma o som das palavras em um pandeiro vocal, sempre achei lindo isso. Quem também faz muito isso é Jackson do Pandeiro, trunca as palavras, usa muito “T” e “P” e organiza bem aquilo tudo, além de criar situações, cenários, paisagens.
Suas músicas falam sobre a realidade a sua volta?
Minhas músicas são frutos desses desafios poéticos que me proponho a fazer. As temáticas podem ser as nossas filosofias diárias, mas elas em geral não vêm conscientemente.
“O Calor tá de Matar” é sobre aquecimento global e suas consequências, mas comecei ela porque gostava da frase “tropeço em travesseiros” e eu precisava gerar um contexto pra isso e o contexto é “encharcados de suor”. O calor, o travesseiro tá pesado de tão molhado, por isso é possível tropeçar nele. Gravei essa música com o inigualável Henrique Albino, o arranjo tá a coisa mais linda que você pode imaginar.
Só que tem uma frase “alguém viu um passarinho cozinhar no ar”, que vi um vídeo esses dias, onde aconteceu isso de verdade: vários pássaros caindo do céu por conta do calor.
Poucas vezes eu penso: “Quero fazer uma música sobre isso”. Tem essa coisa de letra de amor que vem do amor, da dor de cotovelo, mas tem muita letra do amor inventado, que vem do “e se essa música fosse falando pra alguém?”. Gosto sempre que o principal da história não seja exatamente um simples romance, mas que surjam analogias interessantes.
Quem mais lhe influenciou na música?
Meu pai, certamente. Ele é fascinado pela poesia popular dos cantadores do Sertão. Li o “Livro Ilustrado dos Cantadores” que tem na casa dos meus pais aos 19 anos e tava todo grifado pelo meu pai, ele sempre leu e corrigiu as ortografias das minhas poesias. Meu pai é engenheiro, apaixonado por matemática e, hoje, aposentado, gosta de tirar fotos de pássaros e de escrever seus livros. Participo de alguns deles, ele sempre convida. O da biografia de Carlinhos [o compositor Carlos Fernando [1938 — 2013] em contos, chamada “Banho de Cheiro”, feita a muitas mãos é um exemplo.
Meus pais também sempre foram muito próximos de Bia Marinho e eu pude ser próximo dos filhos dela, netos de Lourival Batista: Antônio, Miguel e Greg. Fui ao Pajeú guiado por eles vai fazer 15 anos. Não quis e nem tive muito como correr da poesia. Minha mãe é quem sempre cantou lá em casa, só dentro de casa mesmo. Meio intuitivamente, gosto quando ela canta, quem não gosta quando a mãe tá feliz e cantando, né? E todos têm um gosto musical meio parecido, a gente sempre conversou muito sobre. Então, o tema música e verso sempre foi recorrente entre mim e meus irmãos também.
Já que entramos no assunto família, tanto sua família materna como paterna é formada por artistas de diversas linguagens. Qual influência deles na sua formação como artista?
Verdade, meus pais sempre conviveram muito com a música… minha mãe tem umas histórias incríveis com Nara Leão, ela conhece Caetano desde que foi exilada por conta da Ditadura, sempre conta como que os discos do Brasil chegavam lá feito mensagens engarrafadas.
Ela foi exilada na Argélia muito nova, aos 14 anos, e, por décadas, a sua relação com o Brasil era também através dos discos. Dos seus irmãos, que eu saiba, três escrevem poesias, um já foi indicado ao Jabuti, que é o autor da música “Lisbela”, gravada por Caetano e Los Hermanos e outro é o diretor do Auto da Compadecida, um dos maiores diretores e roteiristas do Brasil sem dúvidas, Guel.
Dentro lá de casa, sempre se ouviu muito Gonzagão, tio Alceu, Geraldinho [o cantor e compositor Geraldo Azevedo], Elba Ramalho, os discos todos do Asas da América… Meu pai era frequentador da Passa Disco, fui muito lá com ele fazer as compras de CDs. Nas viagens pra São Bento do Una, cidade do Agreste pernambucano, era uma cantoria só entre os irmãos.
A gente sempre ficou sabendo dos relatos dos bastidores das canções, ou como foram feitas. Geralmente, da boca de quem as compôs ou mesmo podia ouvir os discos de Alceu e Carlinhos em primeira mão.
Em São Bento, tem a Fazenda Riachão, onde morou o velho Orestes Valença e meu avô Décio, todos eles gostavam muito de poesia. Alceu, nem se fala, meu pai tem todos os vinis duplicados em casa, um lacrado e outro aberto. A gente tem até aquele “Paebiru“, de Lula Cortes, que é raríssimo. Meu pai, Decinho, foi um dos primeiros a comprar.
Meu pai era um dos melhores amigos de Carlos Fernando. No fundo, eu acho que é uma coisa geracional um tanto intuitiva e nada combinada, nada forçada, apenas é passado pra frente o gosto e o enaltecimento da beleza na arte e na poesia, sobretudo pernambucana.
Meu avô Décio era advogado, mas escrevia tanto verso que chegou a defender uma causa fazendo uma petição toda rimada. Provavelmente, não conscientemente, mas acho que foi meu avô quem passou esse gosto pra galera.
Pra mim, certamente, quem passou esse gosto foi meu pai em primeiríssimo lugar. Depois, na adolescência eu ia muito atrás de conversar com Alceu por parte de pai, e, por parte de mãe, eu sempre tive Zé Almino, que criticava as minhas poesias sem dó e de Everardo Norões, que também fazia suas críticas ambos sempre apontavam caminhos maravilhosos.
Tive a sorte de ter tido, informalmente, os melhores professores, não sei se tive a sorte de absorver tudo, que o nível é muito lá em cima.
Conseguiria elencar quais são as suas principais influências na música?
Acho que Alceu é a maior, porque eu sempre fui um defensor da obra dele, de que as pessoas conhecessem o lado B e o lado C dos seus discos. Também sempre quis que as pessoas prestassem atenção nas letras que continham mensagens contra a Ditadura feito “rasgue meu retrato” [trecho da música “Retrato 3X4” ou “arco da velha” [da canção “Como Se Eu Fosse Um Faquir”. Eu sempre fui esse entusiasta.
Depois, veio Carlos Fernando e Geraldo Azevedo. Carlinhos se hospedou lá em casa por meses, ele adorava falar sobre outros artistas, cineastas, pensar o mundo, era o amigo do meu tio mais próximo que a gente tinha. Meu pai, André, Daniel [o irmão mais velho de Bernardo] e eu conversávamos muito sobre a obra de Carlinhos, sobre a capacidade que ele tinha de juntar artistas incríveis.
Também aprendi muita coisa observando as músicas de Chico Buarque, Noel, Vinícius, Melodia, Sérgio Sampaio, Tom Zé. E aí depois que foi descobrindo que tinha Maurício Pereira, Guinga, Luis Tatit, Pedro Luís, Lula Queiroga, uma galera cabeçuda, fazendo letras inacreditáveis.
Isso também como base. Hoje em dia, você vai me pegar ouvindo mais a galera nova Orquestra Malassombro, Isadora Melo, gravamos juntos agora o Frevo Descalço, né? Tem Martins, Almério, que são uns queridos. Um compositor de primeira linha carioca Arthus Fochi, que é também quem produziu e arranjou minhas duas primeiras músicas, meu antigo vizinho da rua Umari, em Laranjeiras [no Rio de Janeiro].
Ana Frango Elétrico, que conheci no CEP20MIL, quando ela estava começando, Juba, meu primo e parceiro, companheiro de aventuras. Marília Parente, que gravou uma composição minha e de Juba que tá linda demais.
Marcelo Cavalcante, que me acompanha e troca ideias alto nível sobre composição e faz cada arranjo absurdo. Os amigos Marcelo Rangel, Juliano Holanda, Isabela Moraes, Igor de Carvalho, Lucas Crasto, Lucas Bezerra, um parceiro musical que traz sempre beleza pra vida da gente.
Tem Feiticeiro Julião, que é outro parceiro junto com o paraibano Juzé, outra peça rara. Dentro da galera do Rio, do selo que eu faço parte, Cantores Del Mundo, eu escuto bastante Tiago Rosas, se eu for listar todo mundo vai ficar sem fim… Mas tem que falar de Carlos Posada e Matheus Torreão, que é outro parceiro, que fez a nossa música “Muriçócrates” ser notada por Luis Tatit. O incrível Tibério Azul, que eu mandei uma letra um dia pra ele terminar e tá quase pronta, gravamos eu e Marcelo no Instagram um trecho.
Ando muito indo muito aos shows sempre lotados dos meus amigos do Forró Escaletado... Essa foi a ordem que eu lembrei, não é a ordem de preferência, não me atreveria a elencar quem é melhor que quem, porque eu não acredito que isso exista no universo musical. E ainda foram só os que lembrei assim, sem pensar muito, vai faltar gente…
Com a Orquestra Malassombro, você lança para este Carnaval “Frevo Descalço”. Como foi o processo de composição e de gravação deste trabalho especificamente?
Foi tudo muito rápido e cheio de coincidências boas. Primeiro, fui lá na Muzak, conversei com o pessoal de lá, apresentei meu trabalho, as coisas que andava fazendo e eles me ofereceram o estúdio pra gravar no esquema de parceria. Um dos melhores estúdios do Recife, diga lá!
Depois apareceu Rafael Marques, que é o maestro da Malassombro, dizendo que tinha gostado do Frevo, queria que gravasse ele e com a Orquestra. Tinha chegado o vídeo em que canto Frevo Descalço ao lado de Marcelo Cavalcante, que é um dos melhores violonistas que temos, principalmente quando se fala de frevo, Marcelo é absurdo! O que ajudou muito o vídeo ter tido esse alcance que teve, muito maior do que a gente esperava.
Quando a música bateu no pessoal da Malassombro, acho que por conta da letra ser parecida com a linha de composição que eles fazem, Rafael quis colocar no repertório.
Aí o resto foi o tempo de fechar o arranjo, ensaiar e botar os 17 músicos no estúdio pra gravar. Tudo gravado em um dia, muita gente envolvida e muita sorte a minha.
Quem masterizou foi o meu amigo desde a infância, Diogo Guedes, que tem um Grammy Latino na prateleira com o nome dele escrito embaixo, apenas. E a master foi por conta de Júnior Evangelista, que é quem fazia as masters para Naná Vasconcelos.
Como funciona esse seu lado criativo? Quem é Bernardo compositor?
Gosto do desafio e de bolar músicas a partir de fragmentos, uma frase, um mote, uma proposta, uma melodia que vem na cabeça. Gosto de tá sempre praticando. Acredito que tem que fazer coisa ruim pra fazer coisa boa, então tô sempre escrevendo e mantendo isso vivo.
Pego uma palavra que tem um som interessante, vou desenvolvendo a partir dela alguma narrativa, quebro a narrativa, misturo com uma coisa antiga. E isso de fazer sempre vira um efeito bola de neve, quando você tem muita coisa engavetada, você pode tá sempre editando coisas antigas.
Aí perde a necessidade de ter uma ideia nova, só reciclar as antigas. As ideias vão surgindo na insistência mesmo. Lucas Crasto é um grande parceiro, grande músico e compositor, ele me manda direto umas melodias, Lucas Bezerra a gente fica fazendo junto pelo WhatsApp, vai aumentando o verso do outro, Juzé e Feiticeiro a gente compõe mais quando se encontra, pessoalmente, com o instrumento. Meu instrumento é o bloco de notas do celular, inclusive faz muito tempo que não sei o que é escrever poesia no papel, no papel gosto mais de desenhar agora.
Além da música, você também atua nas artes cênicas, tendo integrado parte do elenco do longa-metragem A Luneta do Tempo de Alceu.
Mentira isso. Não era eu não, provavelmente todas as células do corpo já foram trocadas. Foram onze dias maravilhosos em Simbres, que fica perto de Pesqueira e Belo Jardim. Ao lado de Irandhir Santos e Hermila Guedes. Sabia que Hermila descobriu que eu tô fazendo música e veio falar comigo esses dia? Ela nem lembrava que eu tinha feito o palhaço Quiabo, também… como eu te disse, era outra pessoa, que nem barba tinha direito.
Eu estou escalado pra esse papel desde os 12 anos de idade. Nessa época, não tinha a versão mais velha de Quiabo, que Alceu interpretou mais tarde. Fui filmar com 19 anos e fui assistir com 24, minha relação com esse filme dá outro filme. Eu escutei milhões de tratamentos do roteiro, narradas por Alceu.
Também fiz “Fim de Festa” e “Lama dos Dias”, do diretor Hilton Lacerda, “Chabadabadá“, de Cláudio Assis, “Maginifica 70″ que tá na HBO e esse ano vai sair “Aumenta que é Rock”, de Tomás Portella, que eu já apareço lá no trailer fazendo Renato Russo.
Você tem parceiros importantes na arte como Hélder Lopes, Deco Martins, Matheus Torreão, Tibério Azul. Como é seu processo de trabalho em parceria com esses colegas?
Hélder estudou comigo na faculdade. O primeiro longa dele, sobre o compositor e músico pernambucano Onildo Almeida, a gente conversou muito como que seria, eu ajudei ele. Tô creditado no segundo documentário dele, que é o “Pipoca Moderna”, mas a gente sempre tá conversando juntos sobre o trabalho um do outro. Deco participou comigo de um programa da Multishow onde a gente viajou juntos a Amazônia e fizemos algumas músicas por lá, tem uma que tá no primeiro disco da Hotelo.
Matheus um dia sentou comigo e a gente fez umas oito músicas em uma madrugada, aí delas sobreviveu Muriçócrates que também foi gravada, fizemos com meu irmão André, que trouxe uma contribuição massa pra letra.
Já Tibério é um cara que eu me aproximei quando fui morar no Rio, nossa parceria foi bem pontual, mas agora que somos quase vizinhos, tô na esperança de compor mais com ele. E Gus Levy é um amigo do Rio, tem um trabalho robusto e me deu uma Bossa Nova pra eu colocar a letra, por enquanto só tá no Instagram.
Você pode nos contar como está sua carreira no momento e o que almeja para o futuro próximo?
Estou preparando um show voz e violão com Marcelo Cavalcante, estudando chamar um percussionista e aumentar um pouco a banda, chamar participações. Eu estou voltando pro Recife, pós-pandemia, depois de ter morado um bom tempo no Rio de Janeiro. Venho do audiovisual, cheguei dirigir dois clipes pra Alceu, dois pra Juba e agora eu quero ver se consigo focar mais nas músicas, porque ainda tenho muita composição pra gravar.
Como disse, comecei a escrever com 12, faço 34 esse ano, nos últimos três anos ando fazendo muita música e guardando, tem umas trinta na prioridade. Mas ainda estou trabalhando com cinema, tanto atrás quanto na frente das câmeras e com muita saudade de fazer teatro também.
Programação do Carnaval 2024
Shows no Marco Zero: Gilberto Gil, Ludmilla, Luísa Sonza, Alceu Valença
Rec-Beat: Letrux, Ana Frango Elétrico, Urias
Praça do Arsenal e Pátio de S. Pedro: Rubel, UANA, Marcelo D2
Olinda, praça do Carmo: Nação Zumbi, MC Tocha, Siba
Olinda, Guadalupe: Conde Só Brega, Dany Myler, Abulidu
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