Entrevista: Bárbara Eugênia

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Bárbara apresenta novo disco no Recife (Foto: Marcos Vilas Boas).
Foto: Marcos Vilas Boas.
Foto: Marcos Vilas Boas.

De volta à leveza
Com sonoridade setentista, cantora lança segundo disco no Abril Pro Rock

Por Eduardo Dias

A cantora Bárbara Eugênia faz a estreia no Recife do seu segundo disco, É O Que Temos, durante o festival Abril Pro Rock. Três anos depois de sua estreia, Journal de BAD, ela chega com uma estética mais hippie e também com um som mais maduro.

A carioca radicada em São Paulo é conhecida pela voz rouca e delicada que costuma adicionar drama às composições. Além de soar hippie, o novo trabalho traz diversas influências, como a jovem guarda, o brega radiofônico dos anos 1970, bem como música pop francesa.

“Essa sonoridade mais setentista é reflexo das nossas influências, da minha e dos produtores do disco (Clayton Martin e Edgard Scandurra)”, diz Bárbara. “Não procuramos, saiu naturalmente.”

Conversamos com a cantora sobre videoclipe, sua versão do clássico “Porque Brigamos”, de Diana, além de romantismo.

O disco É O Que Temos tem um andamento cadenciado que revela umas influências de sonoridades mais antigas, principalmente dos anos 70. Que som você buscava fazer e que resultou no que ouvimos no disco?
Essa sonoridade mais setentista é reflexo das nossas influências, da minha e dos produtores do disco (Clayton Martin e Edgard Scandurra). Não procuramos um som específico, o que veio saiu naturalmente.

No processo do disco, há a influência direta das músicas do Serge Gainsbourg e do projeto Les Provocateurs?
Acho que tem algo ali por detrás… Gosto muito da música francesa, não só do Gainsbourg. Isso acaba aparecendo nas composições, na melodia.

Como foi escolher “Porque Brigamos” para o repertório do disco? Nos conta também como foi conhecer Diana para o show em homenagem a ela.
Escolhemos “Porque Brigamos” quando gravei o Som Brasil da Globo em homenagem ao “brega”. Me passaram essa música para cantar, o que amei, e o Odair José estava lá participando como homenageado. Ele ouviu nosso ensaio e veio dizer que estava muito bom e que eu deveria gravar! Aí não tive mais dúvidas.Já queria gravar Diana e acabou sendo essa. Conhecer a Diana foi maravilhoso. Poder cantar com alguém que te inspira, com um ídolo de outra época, é uma oportunidade rara e linda!

A guitarra de “Porque Brigamos” é excepcional. Os solos de guitarra trouxeram uma raiva que contrasta com sua interpretação apaixonada. Você sente essa pressão que alguns músicos relatam quando mexem em um clássico?
Não. Claro que é muito delicado fazer versões, ainda mais de clássicos. Quisemos respeitar a forma da música mas fazê-la do nosso jeito, e acabou vindo esse peso maior e um ar mais moderno. Mas foi tudo só alegria!

Desde Journal de BAD, você produz clipes para suas músicas (como o ótimo “Drop The Bombs”). Acredita que o clipe ainda é uma grande vitrine para o trabalho do artista?
Sim, acho que poder mostrar a música visualmente é um complemento muito rico. Trabalhar a imagem junto com o som deixa tudo mais completo.

A mulher apaixonada – e vingativa – que você interpreta no clipe é sensacional. Como foi encarnar essa personagem?
Foi divertidíssimo! Não sou atriz, longe disso, mas adoro poder interpretar as músicas dessa forma também.

O clipe de “Jusqu’a la mort” é quase uma obra de videoarte. Como foi o processo criativo para o clipe?
Exato, ele partiu de uma ideia assim, de uma performance. A ideia era de catarse mesmo, dualidade, entrega. E daí fizemos o vídeo para projeção no show e a Luciana Nunes e a Camile Sproesser, que fizeram o vídeo, acharam tão bonito que quiseram transformar num clipe.

O disco todo mostra um romantismo verdadeiro, de quem se entrega e vive todo aquele sentimento. O título do disco parece lembrar que o amor é o que nos resta e aquilo que permanece. Como foi criar essa parte conceitual do álbum?
Decidi que precisava voltar às minhas raízes, e estas (como as de todos) estão no amor, na leveza. Quis fazer um disco que apontasse nessa direção.

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Alguma surpresa para o show do Abril Pro Rock? Será que veremos Pélico ou Tatá Aeroplano? Ou alguma parceria no palco com Felipe Cordeiro, talvez?
Opa, estamos trabalhando na ideia de uma surpresa!! Mas ainda é surpresa.

O que você sempre ouviu falar do Recife e agora pretende conferir pessoalmente?
Ah, eu adoro Recife!! Gostaria de poder curtir mais o lado tradicional mesmo, mas aí preciso ficar mais tempo. Um dia eu consigo!

Para finalizar, qual sua lembrança mais antiga de querer trabalhar com música, ser uma cantora?
Acho que criança mesmo, eu fazia performances em casa, cantava e dançava, e isso já devia ser a vontade batendo. Só não imaginava que de fato a música viraria minha profissão. Agradeço muito à vida por isso!

O Abril Pro Rock acontece nos dias 25 e 26 de abril no Chevrolet Hall. Tocam por lá além de Barbara Eugênia, Juvenil Silva, Tulipa Ruiz, Sebadoh, Mukeka di Rato, entre outros nomes. Os ingressos custam R$ 30 (meia entrada) / R$40 + 1kg de alimento não perecível (social) / R$60 (inteira) à venda no Chevrolet Hall, Lojas Renner e www.ingressorapido.com.br.

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