A dupla Ibeyi e Emicida estão juntos na nova música “Hacia El Amor”, que acaba de ganhar clipe.
A gravação aconteceu em janeiro deste ano nos estúdios do Lab Fantasma, em São Paulo, aproveitando a passagem da dupla pelo Brasil (onde divulgava o disco Ash). Cantada em português e inglês, a faixa nos dá a oportunudade de ver Emicida mandando bem na rima em espanhol pela primeira vez.
Para o clipe, Emicida e as Ibeyi se encontraram em Paris em meio a uma celebração com muito rap, dança e pixo. A direção foi de Christian Beuchet.
A música revela uma lição de tradição africana, promovendo uma viagem ao mundo espiritual, Orum, visitando as divindades orixás, de Xangô a Exú. “Invisible a los problemas, mi poemas son el puente. Libre, cuerpo, mente”. Produzido por Márcio Arantes e co-escrito por Emicida, Ibeyi, Márcio e a mãe das gêmeas, Maya Dagnino, “Hacia El Amor” une o som característico de ambos os artistas usando tambores ancestrais africanos misturados a batidas eletrônicas modernas com letras de amor e igualdade.
Arantes explica, “Busquei algo em comum entre eles, que servisse de espinha dorsal para a construção da música. E foi através da ancestralidade negra que isso se deu: usamos um padrão rítmico existente tanto no candomblé brasileiro como na santeria cubana (país de origem das meninas) e sobre esse elemento, não apenas foi criado todo o arranjo, mas também a canção se inspirou, falando da igualdade entre todos nós”.
O desejo de colaboração veio quando as Ibeyi foram apresentadas ao trabalho de Emicida por um amigo brasileiro. Lisa-Kaindé explica, “Às vezes você conhece um artista e não sabe como ou por quê, mas imediatamente se torna parte de sua família criativa.” Naomi, que é conhecida por incorporar elementos e batidas do hip-hop na sua música, vai além: “Nós amamos o hip-hop, então eu sempre quis trabalhar com rappers e quando ouvimos a música de Emicida, sabíamos que ele seria um grande colaborador do Ibeyi.”Sobre a parceria, escreveu Emicida: “Fico feliz que conseguimos criar um som com tanta paixão, que fala algo tão especial pro nosso tempo. Eu sou fã delas (Ibeyi), acompanho há alguns anos, desde o primeiro disco, sinto nelas algo muito importante parecido com grandes artistas brasileiros como Clementina de Jesus, Geraldo Filme e Tia Doca, gente que viu na música uma oportunidade de compartilhar suas raízes com orgulho e, nesse compartilhamento, abrir uma porta para que o mundo que, até então estava amordaçado, compartilhe suas vozes também”, explica.