Sofrimento do Eels não gera bons frutos
O Eels ficou conhecido pelo disco cult Beautiful Freak, de 1996, que tinha a menina com os olhos esbugalhados, parecida com um ET. “My Beloved Monster”, desse álbum foi usada no filme Shrek. Mas, quietos na trilha indie-discreta que escolheram seguir, o Eels seguiu lançando discos apenas regulares, e chega agora neste nono. A novidade: vão continuar na mesma. Tomorrow Morning, ao contrário do que o nome sugere, é obscuro, tenebroso e muito, muito triste.
Ele faz parte de uma trilogia conceitual que começou com Hombre Lobo (2009) e em janeiro deste ano teve End Times. Todos esses trabalhos nos levam a pensar que esse grupo formado em Los Feliz(outra ironia), na California, tem uma base muito forte de fãs. Apesar de algumas músicas terem uma levada pop interessante como os primeiros discos, o resto são canções arrastadas. “A Line In The Dirt” é atormentada, mas lembra um bom single de uma banda folk qualquer.
MP3 | Eels “Looking Up”
E não poderiam faltar, claro, as viagens “para compor o conceito”, como zuada de chuva, batidas de porta, muito choro ao piano. Melhor não tentar entender o tipo de fã do Eels, que curte essas músicas cheias de vitimização e vibe “pobre de mim”. Tirem os violões de perto dessa gente. A tristeza já rendeu experiências musicais mais originais.
EELS
Tomorrow Morning
[DreamWorks, 2010]
NOTA: 2,0