Diego Bragà propõe um mergulho na sensualidade não-binária no single “Onda de Amor”

Com produção musical da DJ trans Boss in Drama, a faixa traz grooves sensuais e envolventes; o videoclipe é inspirado em vídeos sexies antigos

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(Divulgação)

A artista trans não-binária Diego Bragà propõe novas representações da sensualidade, no single “Onda de Amor”, faixa autoral, com produção musical da DJ Boss in Drama, que chega em todas as plataformas de música nesta sexta (26), via selo Estúdio304, de Chico Neves. O videoclipe, repleto de cenas sensuais, estreia no mesmo dia, na plataforma de conteúdo Vimeo.

Inspirada em baladas clássicas e envolventes, como as de Marvin Gaye, “Onda de Amor”, é uma “música perfeita para o ócio sexual”, segundo Diego. A canção apresenta a sua voz modulada de forma andrógina para que amplie o espectro de timbres que cantam baladas sexy. E a letra ousada, aliada aos grooves macios e cremosos – com direito a um belo solo de saxofone – criados por Boss in Drama, propõem uma nova representação do conceito de ser sexy: um chamado a todas as pessoas, cis ou trans, a se renderam a um convite sensual de uma pessoa não-binária. 

“Eu adoro esse tipo de música, e um dia me peguei pensando… E se a figura sexy for diferente? ‘Onda de Amor’ é uma canção que quer seduzir com a voz de uma pessoa não-binária, uma voz que as pessoas não sabem exatamente se é homem ou mulher”, explica a artista. “Onda de Amor” é sobre ser sexy, sensual, ousada e se sentir à flor da pele, independentemente do seu gênero.

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Capa completa (Divulgação)

“Eu estava me sentindo muito sexy na época que compus a música. Queria me ver nesse lugar”, revela Diego, que tem como grandes referências musicais Rita Lee, Marina Lima, David Bowie, Yoko Ono e Heitor Villa-Lobos.

“O primeiro CD que ganhei na minha vida foi ‘Bedtime Stories’, da Madonna. Depois ‘Erotica’. A música para mim sempre foi como um canto de sereia vintage. Todos representantes de gerações anteriores à minha. Assim, a ideia era criar uma atmosfera de sex tape ou daqueles filmes eróticos dos anos 1980/90. As cenas foram feitas com uma lente rara do início dos anos 1990 e são super sensuais. Também buscamos referências de arquétipos femininos sensuais”, completa.

Diego Braga Foto de Joao Mendes Joao Barriga 1

Faixa é um remake do primeiro projeto fonográfico da artista

“Onda de Amor” nasce como um remix-single, contendo novas gravações, do primeiro projeto fonográfico de Diego, “Geografia do Amor”, single duplo lançado em 2019, que fazia alusão a uma caixa repleta de cartões postais recebidos por homens de todo o mundo, deixada como herança à artista pelo seu amado tio, gay e soropositivo, que a criou com muito amor e é uma das suas principais referências familiares.

“Geografia do Amor” teve ainda um filme produzido por Diego Bragà, “THINK ABOUT THE BEAUTIFUL FUTURE AHEAD”, que foi selecionado e coproduzido pelo The New York Times.

“A herança do meu tio são objetos, principalmente cartões postais que ele trocou com homens de 4 continentes no auge da ditadura militar. Isso é a geografia do amor, o título que eu dei ao que o meu tio me deixou e título do meu primeiro trabalho. ‘Onda de Amor’ resgata, principalmente na simplicidade da sua letra, essa sensualidade muito leve de outrora, quando as pessoas flertavam de forma não-explícita na praia e enviavam cartões postais. Quando a sensualidade estava também no lúdico, no campo das ideias”, conclui.