Da Revista O Grito!, em Fortaleza
Com 15 anos de existência, o Dragão Fashion Brasil, que acontece em Fortaleza, acabou formando seus ídolos. Um deles é Mark Greiner, nome sempre aguardado todos os anos pelo nível de ousadia e experimentalismo que mostra na passarela. A fonte dessa vez foi o Sertão do Cariri cearense, misturado com rock’n roll e elementos nordestinos.
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Greiner também teve o intuito de criar peças fragmentadas, desconstruídas, que tivessem a aparência de rústico e frágil ao mesmo tempo. “Nossa intenção foi usar materiais ordinários, mas que ganhassem um novo significado na passarela. A ideia era que as peças se desprendessem, que as modelos soltassem partes da criação pelo chão”, explicou o estilista nos bastidores da apresentação.
A imagem mais representativa desse Cariri roqueiro foi a modelo Bárbara Berger entrando com uma coroa de espinhos feita de birilos dourados. Ao fundo, uma videoarte no telão, do coletivo Café Com Gelo, mostrava peças da coleção ao som de guitarras distorcidas. Pensando no impacto visual, modelos entraram com acessórios que repensaram a identidade sertaneja sem obviedade. Assinado pelo designer Roberto Dias através do projeto Atelier Criativo, do Sebrae, as peças usaram materiais como chifre de boi e máscaras de rosto inteiro feitas de madeira.
Ao final, dois modelos, tal qual Belzebu do Sertão, surgiram com máscaras de boi cobrindo a cabeça, em um espetáculo que misturou moda e performance. Ao final, a plateia da sala principal do Dragão recebeu Greiner e Dias sob aplausos de pé.
Mark Greiner, um dos nomes mais inventivos da moda autoral do Brasil, divide seu tempo entre a arquitetura e as passarelas. Ele desfila no Dragão Fashion desde 2001, quando venceu um concurso de estreantes e desde 2003 participa do line-up principal. Veja as peças dessa coleção.
Fotos por Roberta Braga / Silvia Borielo / Ricardo K.
*Viajou a convite da organização do festival.