DFB 2018: Inovadora, tradicional, a moda autoral pode ser o que quiser

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Trecho do desfile de André Sampaio.

Novos desfiles de Weider Silveiro, André Sampaio, Gisela Franck e D-Aura dão o tom da diversidade do DFB este ano.

Da Revista O Grito!, em Fortaleza (CE)

Fotos por Jonatan Oliveira para O Grito!

O ecletismo de estilos e a diversidade criativa fazem do Dragão Fashion Brasil um dos espaços mais interessantes da América Latina para difusão da moda. A line-up dos desfiles do segundo dia do DFB 2018 mesclou moda autoral, marcas que apostam no upcycling e estilistas que trabalham com elementos mais tradicionais. E quem esteve no Terminal Marítimo de Fortaleza saboreou o que está rolando por aí nesses segmentos, sobretudo pelo que foi visto nos desfiles da marca paulistana D-Aura, nas criações da marca Elo.Collab, e nas novas coleções de Gisela Franck e de Iury Costa.

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A D-Aura apresentou a coleção intitulada Chemia, formada por peças onde predominaram tecidos nas cores preta e branca. A marca apostou no minimalismo, mas com um corte que destacava as formas fluidas, drapeadas e plissadas. A impressão transmitida foram de roupas em processo de transformação em que a a elegância dialoga com o conforto e a descontração. A marca compartilhou o primeiro desfile com os trabalhos do estilista André Sampaio, cuja coleção foi inspirada numa reflexão sobre a velocidade. As peças de Sampaio foram compostas com tecidos brilhantes, cores luminosas e um look ousado das formas, embora algumas delas nem sempre tenham resultado em conjuntos harmoniosos.

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Desfile de Yuri Costa.
Terceira marca a ocupar a passarela, a Elo.Collab é fruto de um projeto cearense envolvendo arquitetos e designers e propôs a coleção Manifeste seu Poder: juntas nós podemos, uma saudação à memória de mulheres arquetípicas da história do Brasil. O desfile contou com 20 looks compostos por peças de vestuário e joias e acessórios. As roupas, todas em tecido preto, usam transparências, bordados e aplicações com diversos materiais, um conjunto que se destacou pela harmonia e força da proposta. Fábio Caracas também foi outro representante do upcycling e sua coleção dialogou com elementos do cotidiano jovem das ruas.

A estilista Gisela Franck, fez o desfile mais slow da noite a começar pelo clima instaurado desde o seu início, com uma musicista produzindo sons em peças de vidro e modelos desfilando em passos suaves. A coleção, marcada pela atemporalidade, trouxe peças belamente desenhadas e feitas com tecidos de fibras naturais, transmitindo a ideia da necessidade da leveza, da sutileza dos gestos e de uma aproximação com elementos da natureza. Iury Costa foi o último estilista a entrar na passarela e apresentou a coleção Astúcias, um conjunto de peças que foi do look descontraído e ocasional ao look mais requintado, estabelecendo paralelos entre a moda contemporânea e elementos que reforçam uma identidade mais regional.

Outros desfiles da noite foram o de Camila Arraes com figurinos realizados com a renda renascença e o de Weider Silveira que fez misturas bem ousadas de tecidos, estampas e formas, mas que nem sempre resultaram em composições esteticamente harmoniosas. Na parte de shows do DFB 2018, a principal atração foi As Bahias e a Cozinha Mineira, cuja apresentação manteve a marca do grupo, com músicas que identificam as formas de expressão das mulheres.

O jornalista viajou a convite da organização do festival