Dayane Rocha lança seu primeiro livro de poesias, marcado por resistência feminina no Pajeú

Obra “Virada num mói de Cuento” será lançada no dia 19 de julho em Brejinho de Tabira com programação especial e produtos inspirados na publicação

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Foto: Ari Nóbrega/Divulgação.

A poeta pernambucana Dayane Rocha lança, no dia 19 de julho, seu primeiro livro de poesias, intitulado Virada num mói de Cuento. A publicação reúne versos que transitam entre temas como feminismo, política, maternidade e saudade, com forte inspiração na tradição da poesia metrificada do Pajeú. O lançamento ocorre a partir das 20h, em Brejinho de Tabira, e contará com uma programação que inclui também produtos derivados da obra, como peças de barro, almofadas, cangas, saias e porcelanas produzidas em parcerias com coletivos de mulheres da região.

Com 170 páginas, o livro traz composições em diferentes formas da poesia popular nordestina, como cestilha, martelo alagoano, galope à beira-mar, trova e soneto. As poesias são acompanhadas por xilogravuras do artista plástico Marcos Pê e dialogam com o site da autora, desenvolvido por Fito Araújo, que reúne sua biografia, registros de participações em eventos e mesa de glosas.

“Por ser naturalmente do Pajeú e ter aprendido a ouvir a poesia através do vento, me inspirou e me instigou a escrever a poesia metrificada, como é conhecido hoje o meu trabalho”, afirma Dayane. A autora descreve o processo de produção do livro como um exercício de revisita a sua trajetória e às referências que a moldaram: “O livro nasceu moldado da poesia metrificada do Pajeú, tendo como referências Severina Branca, Nita Catota, Rafaelsinha, Luzia Batista, Carmen Pedrosa, Elenilda Amaral, Francisca Araújo, Erivoneide Amaral, Milena Augusto, Thaynara Queiroz, Dedé Monteiro, Lucas Rafael, entre tantos outros gênios.”

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Foto: Ari Nóbrega/Divulgação.

“O nome também surge da forma como conquistei meu espaço através de muita luta como mulher. Embora nascida no Pajeú mas não sendo de uma família tradicional de poetas, ainda levei certo tempo até que fosse aceita ali no meio. Tudo isso está em síntese no título”, explica.

Ao longo de sua trajetória, Dayane participou de diversas mesas de glosas (modalidade poética tradicionalmente masculina) e atualmente integra o projeto Mulheres de Repente, que leva o estilo a diferentes regiões do país. “Conquistar o espaço da mulher na mesa não é fácil, porque a gente percebe, às vezes, aquele olhar de alguns poetas que estão na mesa e alguns homens que estão na plateia… a gente sente aquele peso no olhar… Às vezes eu vejo a participação da gente apenas como uma cota, apesar de que isso foi mudando e a gente vai moldando aos poucos”, reflete.

Virada num mói de Cuento estará disponível para compra também pelo site oficial da poeta.