Curta “Piu Piu” integra o FestCurtas Fundaj, com filmes online e gratuitos

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Piu Piu, como era conhecido o ator, cenógrafo e figurinista Elpídio Lima foi, talvez, um dos primeiros transformistas do Recife (Foto: Divulgação)

O filme Piu Piu, coprodução d’O Grito! e O Surto & Deslumbramento e dirigido pelo nosso editor Alexandre Figueirôa integra a seleção dos 44 filmes que vão integrar o FestCurtas Fundaj 2020, entre animações, ficções e documetários. O Festival, que terá sua primeira edição transmitida online entre os dias 7 e 12 de julho, recebeu 520 inscrições em diversos gêneros, e com técnicas e abordagens sociais e culturais diversas. A transmissão do evento será feita no site festcurtasfundaj.com.br.

Em sua primeira edição, o FestCurtas Fundaj contou com 520 inscrições de filmes de 21 estados, além de oito inscrições de brasileiros que moram no exterior. Os trabalhos recebidos passearam por diversos gêneros, técnicas e abordagens sociais e culturais. Pernambuco e São Paulo e foram os estados com mais filmes inscritos, com o envio de 135 e 145 curtas, respectivamente.

Um dos destaques do festival é Piu Piu, como era conhecido o ator, cenógrafo e figurinista Elpídio Lima foi, talvez, um dos primeiros transformistas do Recife. Nos anos 1950 e 1960, ele atuou na Companhia Barreto Junior, nos palcos dos teatros Almare e Marrocos, onde imitava as cantoras e atrizes Sarita Montiel e Carmem Miranda. Foi também um dos criadores da Companhia Tra-la-lá, de teatro rebolado.

“Descobri a existência de Piu Piu a partir de uma matéria publicada, em fevereiro de 1986, no caderno Viver, do Diario de Pernambuco, de autoria da jornalista Leda Rivas. Nela, Elpidio Lima, já com 65 anos, aposentado e vivendo de maneira modesta como costureiro numa pensão na Rua da Glória, contava, em entrevista, um pouco de sua vida nos palcos iniciada ainda muito jovem, com apenas oito anos de idade, num internato em São José da Laje, Alagoas”, conta o diretor Alexandre Figueirôa.

Piu Piu segue também o caminho de outros trabalhos audiovisuais que Figueirôa tem realizado – Eternamente Elza (2013) e Kibe Lanches (2017) – no sentido de trazer aos dias de hoje, personagens que, bem antes das conquistas dos movimentos LGBTI+, assumiram de alguma forma, uma atitude pioneira e libertária, diante da forte discriminação e opressão aos homossexuais.

Acessibilidade

 O FestCurtas, pensando no aspecto da acessibilidade, recebeu dos proponentes inscrições em versão acessível dos curtas, fazendo com que os filmes também chegassem  a pessoas com deficiências visuais e auditivas.

Foram inscritos 32 filmes com recurso de acessibilidade comunicacional (audiodescrição, janela de Libras ou legenda para surdos e ensurdecidos).

Dos filmes selecionados pelo FestCurtas, sete deles serão apresentados na Mostra Acessível, três com Audiodescrição, quatro com Libras e seis com Legenda para Surdos e Ensurdecidos.

Prêmios

Ao final do período de exibição, serão escolhidos os melhores curtas nas categorias: melhor ficção, documentário e animação, escolhidos por júri especializado. Também haverá o prêmio do público, escolhido por votação on-line. O filme local será contemplado ainda com o Prêmio Cinemateca Pernambucana. Todos vencedores receberão Selos de Premiação e Certificados, além de terem seus filmes exibidos dentro da programação semanal do Cinema da Fundação (salas no Derby e no Museu), durante uma semana, cada. Os pernambucanos premiados receberão passe passe livre para frequentarem as salas do Cinema da Fundação (com um acompanhante), durante dois meses.

CURTAS SELECIONADOS

A Barca, de Nilton Resende (2019 | AL)

A Era de Lareokotô, de Rita Carelli (2019 | SP)

A Hora Morta, de Márcio Coutinho (2020 | RJ)

A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro (2020 | SC)

Aqueles Dois, de Émerson Maranhão (2018 | CE)

Arte a Metro, de Thiago Magalhães (2019 | RJ)

Batom Vermelho Sangue, de R.B. Lima (2020 | PB)

Carretéis, de Eudaldo Monção Jr. (2018 | BA)

Cidade Natal, de Ana Luisa Mariquito (2019 | SP)

Cleo – A Rainha Negra das Passarelas, de Artur Ianckievicz (2019 | PR)

Corpo Monumento, de Alexandre Salomão (2020 | PE)

Ditadura Roxa, de Matheus Moura (2020 | MG)

Ela que Mora no Andar de Cima, de Amarildo Martins (2020 | PR)

Êles, de Roberto Burd (2019 | RS)

Em Reforma, de Diana Coelho (2019 | RN)

Eu Te Vejo Daqui, de Kawanna Sofia de Oliveira (2020 | SP)

Hotel Central, de Tiago Martins Rêgo (2019 | PE)

Joãosinho da Goméa – O Rei do Candomblé, de Janaina Oliveira ReFem e Rodrigo Dutra (2019 | RJ)

Julieta de Bicicleta, de Juliana Sanson (2018 | PR)

Linha de um Tempo Qualquer, de Luciana Malavasi e Bruno Lamberg (2020 | RJ)

Luis Humberto: O Olhar Possível, de Mariana Costa e Rafael Lobo (2019 | DF)

Mamãe Tem um Demônio, de Demerson Souza (2019 | SP)

Mar-celo, de Arthur Lotto (2019 | SP)

Marie, de Leo Tabosa (2019 | PE)

Mãtãnãg, A Encantada, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho (2020 | MG)

Memórias, de Andre Siqueira (2018 | PR)

Nadir, de Fábio Rogério (2019 | SE)

Nimbus, de Marcos Buccini (2020 | PE)

Num Piscar de Olhos, de Elder Gomes Barbosa (2020 | RJ)

O Afeto e a Rua, de Thiago Köche (2019 | RS)

O Homem das Gavetas, de Duda Rodrigues (2019 | PE/SP)

O Menino que Morava no Som, de Felipe Soares (2019 | PE)

O Quarto Negro, de Carlos Kamara (2019 | PE)

O Silêncio lá de Baixo, de Pamella Araújo (2019 | PE)

O Vizinho de Baixo, de Flávio Colombini (2019 | SP)

Parabéns a Você, de Andréia Kaláboa (2019 | PR)

Piu Piu, de Alexandre Figueirôa (2019 | PE)

Ruído Branco, de Gabriel Fonseca (2019 | SP)

Ser Feliz no Vão, de Lucas H. Rossi dos Santos (2020 | RJ)

Seremos Ouvidas, de Larissa Nepomuceno (2020 | PR)

Soccer Boys, de Carlos Guilherme Vogel (2018 |RJ)

Vinde como Estais, de Rafael Ribeiro e Galba Gogóia (2019 | RJ)

Volta Seca, de Roberto Veiga (2019 | PE)

1996, de Rodrigo Brandão (2019 | MG)

CURTAS SELECIONADOS COM VERSÃO ACESSÍVEL

Em Reforma (AD + LIB  LSE)

Marie (AD  LIB  LSE)

Mar-celo (AD  LIB)

O Menino que morava no som (LIB  LSE)

Batom Vermelho Sangue (LSE)

Cidade Natal (LSE )

O Quatro Negro (LSE)