The Smashing Pumpkins
ATUM
Martha’s Music/Thirty Tigers, 2023. Gênero: Rock
Billy Corgan é um dos músicos mais resilientes do rock em sua geração. E é, de longe, uma das personalidades mais curiosas com um ego do tamanho do rock’n’roll. Só isso explica um projeto megalomaníaco como esse ATUM, um álbum triplo com 33 faixas que se apresenta como o encerramento da trilogia iniciada com o clássico Mellon Collie and The Infinite Sadness (1995) e continuada no ótimo (mas não excelente) Machina/Machine of God (2000).
A ambição, infelizmente, não se sustenta, apesar de ATUM ser o trabalho mais consistente da banda em anos. O principal trunfo de Corgan foi ter conseguido convencer dois dos integrantes originais a retornar à banda, o baixista James Iha e o baterista Jimmy Chamberlain. Como ATUM se mostra como uma continuação do Mellon Collin e Machina, as músicas são muito calcadas nas guitarras, com ecos de psicodelia e rock progressivo bem ao estilo Pink Floyd.
Porém, os sintetizadores, que foram a base de Cyr, o último disco do grupo, também aparecem aqui, como em “Intergalactic”, “Holligan” e “Empires”, por exemplo. Há também a controversa “Hooray”, uma baladinha disco que é a faixa mais estranha já feita pelos Pumpkins, diferente de tudo em sua discografia.
É injusto dizer que o Smashing Pumpkins é uma banda soterrada pelo seus próprios clássicos. Com uma discografia impecável nos anos 1990, como Gish (1991), Siamese Dream (1993) e até mesmo Adore (1998), o grupo, na figura de seu líder Billy Corgan, nunca se sentiu confortável em viver desse passado. Com erros e acertos, os Pumpkins seguem experimentando. ATUM brilha em alguns momentos, como o single “Beguilled”, mas seu maior problema é seu complexo de grandeza. São 33 faixas que acabam alienando o ouvinte por serem bem irregulares.
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