Crítica: Scissor Sisters | Night Work

Scissor Sisters Night Work Album Art

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BOAS IDEIAS
Em novo disco, que foi censurado na mídia digital, Scissor Sisters faz um retorno ao passado musical para reafirmar a própria personalidade

Por Fernando de Albuquerque
Editor da Revista O Grito!, no Recife

Scissor Sisters Night Work Album Art 608x608O nome do novo disco do Scissor Sisters não poderia ser diferente. O rótulo Night Work bem que consubtância tudo aquilo a que o grupo de pretende: fazer a noite ser mais divertida, emblemática e lasciva. Toda a substância começa a ser apresentada ao ouvinte ainda na capa com a foto do bailarino Peter Reed que foi retirada por Robert Mappelthorp em que a poupança do dançarino está para lá de evidente. Quase desejosa. A produção ficou a cabo de Stuart Price, que já trabalhou com Madonna, The Killers, Kylie Minogue e Gwen Stefani.

O bom humor, que começou na capa censurada pelo Facebook, se manteve na própria estrutura de divulgação. A banda criou um telejornal (link abaixo) para divulgar o álbum. O vídeo é formado por uma compilação de depoimentos que contam, até, com Kelly Osbourne em uma participação especial, de Londres. Eles ainda tiram onda com eles mesmos inserindo a faixa “Fire With Fire” na décima primeira mais tocada na inglaterra. A referência à terrinha da rainha se deve à própria necessidade de ser referendado pelo ícones gays que sempre pairam sobre a nação de Manchester.

E se antes a nação Scissor Sisters estava tão envolta num som pouco personalista, o novo disco reformula a própria posição da banda que, sem recusar suas fontes, tem agora algo mais forte e consolidado no quesito reputação músical. Alguns acordes, bem de longe, podem nos lembrar Confessions On The Dance Floor, mas apenas pela presença de Stuart Price. Night Work nos remete a uma viagem pela subcultura nova iorquina, bem aquilo que consumimos com tanto afinco, e que décadas atrás contaminou o New Order.

Toda a narratividade do disco tem seu vínculo a essência da disco music, a quem tanto o Scissor Sisters mantém suas raízes, indo ao encontro dos antigos acordes do eletrônico, evocando o plano estético da noite dos anos setenta, quem sabe à originalidade da pista de dança.

“Night Work”, faixa título, é virtuosa e poderosa. E abre a pista de dança àqueles que estão ali para nada, apenas para dançar de forma despretenciosa e sem nenhuma referência ao descolê. “Fire With Fire” nos lembra, sem nenhuma conotação pejorativa, a música da academia que nos faz correr mais rápido na esteira. E por aí vai…até desaguar em”Invisible Light”, uma verdadeira luz no horizonte cheio de gelo seco.

NIGHT WORK
Scissor Sisters
[Polydor/Universal, 2010]

NOTA: 7,0

Invisible Light

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