Crítica: Rick Ross | God Forgives, I Don’t

rickross

CHEFÃO QUE NÃO METE MEDO
Rick Ross traz discurso firme e letras sobre o submundo, mas soa repetitivo em um ano tão bom para o hip hop

Por Paulo Floro

O rapper americano engrossou seu discurso no seu quinto álbum solo, God Forgives, I Don’t. O clima de ‘paciência estourada há tempos’, percorre todo o disco. Há espaço para todas as bravatas típicas do gangsta rap, além dos efeitos sonoros de tiros e coisas do tipo. Portando-se como um legítimo chefão, Ross comparou-se a Martin Scorsese para dizer que este é, aos seus olhos, sua obra-prima.

Leia Mais
Especial: O melhor do Hip-Hop em 2012
Veja o clipe de “Hold Me Back”, de Rick Ross

De fato, este rapper americano de 36 anos nunca fez um disco tão sofisticado quanto esse. Com Teflon Don, em 2010, ele tornou-se uma das estrelas da já lendária gravadora Def Jam e apostou em uma estética mais pop. Neste, um clima mais pesado é sentido, com letras que destacam bastante o cerne do cancioneiro gangsta que é: “não mexa comigo, sou bem mais foda que você, é bom não correr perigo”. É só ouvir, “So Sophisticated”.

Já “Hold Me Back”, outro single do álbum, trata das dificuldades enfrentadas pelos negros nos subúrbios americanos, como subempregos, violência, dificuldades financeiras. É uma música inspiradora, de fato, ainda que seja repetitiva quando colocada no contexto do disco. Ela também gerou um clipe muito interessante, com a mesma proposta da letra de focar esse lado barra-pesada do cotidiano dos EUA.

Ross é um rapper criativo, com força suficiente para ser um dos “chefões” do gênero. Este álbum, no entanto, fica em desvantagem no quesito originalidade quando é levado em conta a ótima safra que o hip hop vem mostrando este ano.

220px GodForgivesIDontRICK ROSS
God Forgives, I Don’t
[Def Jam, 2012]

Nota: 6,9