Crítica: Protegendo O Inimigo, de Daniel Espinosa

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ZONA DE CONFORTO
Com Denzel Washington interpretando seu personagem-padrão, Protegendo O Inimigo é longa de ação sem muita ousadia ou surpresa

Por Paulo Floro

Protegendo O Inimigo chama atenção por trazer Denzel Washington em um raro papel de vilão. Ele é um agente desertor da CIA que vende segredos da agência. Mas, é bom ficar tranquilo que o ator segue interpretando o mesmo tipo de personagem. Aquele homem impassível, calmo, com uma fleuma quase britânica, mas que pode explodir a qualquer momento em um frenesi de fúria. Como seu antagonista, temos Ryan Reynolds, tentando livrar-se do papel de galã sem tempero como visto em produções recentes.

O longa foi rodado na Cidade do Cabo, na África do Sul e começa como um filme de espionagem, com direito à conspirações secretas, mas logo transforma-se em um típico longa de ação, cheio de reviravoltas e perseguições. Washington é Tobin Frost, ex-agente da CIA que é preso acusado de vazar informações sigilosas. Ele é levado para uma casa segura (Safe House, que é o título original em inglês), cuidada pelo novato Matt Weston (Ryan Reynolds).

O problema é que Frost tem inimigos tanto na CIA quanto entre mafiosos na África do Sul, e estes não darão trégua, mesmo após sua prisão. O roteiro tem momentos interessantes protagonizado pela dupla de protagonistas, com destaque especial para Reynolds, que consegue sair da média de seus trabalhos anteriores. Ele convence dentro do clichê do agente inseguro que terá que amadurecer rapidamente.

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Já Washington, bem, todo mundo sabe o que esperar quando o vemos na tela. Interpretando o mesmo personagem, ele mostra a mesma grandeza de sempre, fala mansa, autoconfiança no máximo. O longa é dirigido por Daniel Espinosa, sueco descendentes de exilados chilenos, estreante em Hollywood. A direção tem bons momentos e acerta ao explorar o clima quente da África do Sul com uma fotografia amarelada e bem saturada. Ainda assim, caminha segura no estilo de outros bons filmes de ação.

A câmera é precisa e passa a maior parte do tempo a acompanhar a fuga dos personagens de Reynolds e Washington. O roteiro escrito pelo também novato David Guggenheim poderia explorar melhor as tramas paralelas e dar mais importância aos personagens de Vera Farmiga e Sam Shepard, pouco aproveitados.

Sem muita ousadia, Protegendo o Inimigo é um longa de ação coeso, mas falta viço para figurar entre boas obras do gênero, como Dia de Treinamento. Isso nem Denzel Washington pode ajudar.

safe housePROTEGENDO O INIMIGO
Daniel Espinosa
[Safe House, EUA, 2012]
Universal

Nota: 7,0