Crítica: Invocação do Mal, de James Wan

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Vera Farmiga na pele de uma investigadora sensitiva (Foto: Divulgação)
Vera Farmiga na pele de uma investigadora sensitiva (Foto: Divulgação)
Vera Farmiga na pele de uma investigadora sensitiva (Foto: Divulgação)

Invocação do Mal dribla obviedade recente do gênero e entrega sustos que valem a pena

Por Paulo Floro

O americano James Wan é um daqueles cineastas comprometidos com uma estética. Depois de tornar mundialmente famosa a franquia Jogos Mortais, ele chega com mais um filme de terror alcançando o seu maior nível de sofisticação. Invocação do Mal é um dos melhores longas do gênero dentro de uma safra recente bem abaixo da média.

A história mostra um casal de demonologistas e investigadores do sobrenatural formado pelo casal Ed e Lorraine Warren (Patrick Wilson e Vera Farmiga em uma química bem afinada). Eles partem para Harrisville nos EUA, onde nos anos 1970 uma família estava sofrendo com entidades que assombravam uma antiga residência. Ao investigar o lugar, eles descobrem que um terrível mal aconteceu na casa no passado e que agora todos ali correm perigo. A dupla ficou conhecida nos EUA como “caça-fantasmas” modernos ao fazer uso de equipamentos tecnológicos para lidar com espíritos, como câmeras armada com sensores, gravadores e leitores ultravioletas.

Feito com baixo orçamento de cerca de US$ 20 milhões, o longa foi um grande sucesso nos EUA, arrecadando mais de 280 milhões de dólares, o que rendeu a possibilidade de uma franquia. O segundo filme foi confirmado e teve o script iniciado pela mesma dupla de escritores Chad e Carey Hayes. Baseado em fatos reais, a produção contou com a participação do casal Warren da vida real, que revisou o roteiro para dar mais veracidade ao trabalho.

Caça-fantasmas modernos, os Warren foram famosos nos anos 1970. (Divulgação)
Caça-fantasmas modernos, os Warren foram famosos nos anos 1970. (Divulgação)

O que funciona bem no filme é sua narrativa muito coesa, que faz poucas concessões ao gore (o lado nojento), que vem sendo comum em produções de terror dos últimos anos. Wan, especialista em cenas perturbadoras repletas de sangue e corpos estripados, decidiu buscar referências no horror clássico de Hollywood, baseando o susto em uma construção muito bem orquestrada de suspense e envolvimento da plateia dentro da história. O clímax tira muitas lições do clássico O Exorcista, adicionando algumas surpresas, mas ao mesmo tempo tornando o ambiente bem familiar. Até no uso de alguns clichês, o diretor se saiu bem, como a inclusão de muletas de humor na pele de um ajudante e um policial aparentemente durão.

Muito bem realizado, Invocação do Mal tem estilo e tem o mérito de tirar o gênero da obviedade que se acometeu nos últimos anos, com o excesso do uso de computação gráfica. Não chegar a inovar dentro do cinema de terror (como fez Anticristo, de Lars Von Trier), mas ao menos lhe devolve a relevância perdida. Vale a pena ter algumas catarses levando bons sustos.

invocacaoINVOCAÇÃO DO MAL
De James Wan
[The Conjuring, EUA, 2013 / Warner Bros.]
Com Vera Farmiga, Patrick Wilson e Lili Taylor

Nota: 7,5

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