Crítica – HQ: Bear, de Bianca Pinheiro

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Foto: Divulgação.
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Bear convence leitor com personagens fortes e cenário inventivo

A quadrinista Bianca Pinheiro criou uma jornada inventiva para Bear, webcomic que ganha primeiro volume em livro pela Nemo. A história tem como maior força o fato de se agarrar a elementos universais, como amadurecimento e amizade. E faz isso com um domínio de referências dos contos de fadas e obras da cultura pop.

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A história nos apresenta Raven, uma garotinha que se perde dos pais e conta com a ajuda do urso Dimas para ajudar a encontrá-los. A jornada é a força motriz para trabalhar a personalidade dos protagonistas e o fortalecimento de seus laços. Dimas é um urso relaxadão, amante de chá e graciosamente pacífico. Raven é inquisidora e ingênua como toda criança e gosta de desenhar.

A amizade entre os dois é tão bem construída que ficamos rendidos após poucas páginas. Mas o maior mérito de Bianca em Bear é seu modo de construir cenários. Como a HQ é pensada para a web, tudo ficou muito fluído na versão para o papel. Cada página acaba funcionando como uma história independente ao mesmo tempo que contribui com a trama maior. O formato diferente do livro (32x20cm), um pouco mais comprido que as HQs comuns, ajuda na imersão da leitura, sobretudo nos momentos de metalinguagem.

A viagem pelo mundo fantástico da dupla encontra referências em desenhos como A Hora da Aventura e A Viagem de Chihiro. Este último também traz uma garota perdida dos pais em uma jornada de autoconhecimento. Bear revela uma autora com muitas boas ideias e domínio narrativo. E muito importante para o mercado nacional: sabe como trabalhar uma marca.

Raven e Dimas merecem crescer e aparecer cada vez mais.

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Renata Pinheiro (texto e arte)
[Nemo, 64 páginas, R$ 34 / 2014]

Nota: 8,3

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