Will Butler traz esmero e pouca personalidade em estreia solo
Will Butler mostrou que possui muito mais referências estéticas daquelas apresentadas nos discos de seu grupo Arcade Fire. Seu primeiro trabalho solo, Policy, se insurge como um bem orquestrado caldo de influências, quase todos calcados no rock clássico e nas inúmeras possibilidades da guitarra.
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Butler segue explorando sua veia clássica, indo do Kinks aos Buzzcocks, do rockabilly ao post-rock, em uma lista de faixas que indicam muito mais seu afinco na execução do que propriamente um artista com personalidade e atitude. Apesar de ser uma audição agradável, não é algo da qual ansiamos ou criamos empatia.
No álbum há boas faixas como “Son Of God” ou “What I Want”, mas distante de sua banda Butler deixa transparecer um artista com visão diminuta, o que chega a surpreender para quem acompanha o trabalho do Arcade Fire. Depois de lançar discos grandiosos, super bem produzidos e que discutiam temas existenciais como morte, amor e relações humanas no século 21, Policy soa como um escape ríspido para algo mais básico.
Ainda que tenha diversas boas ideias, Butler ainda precisa de mais material para assumir uma personalidade própria além de sua banda. [Fernando de Albuquerque]
WILL BUTLER
Policy
[Merge, 2015]
6,5
https://www.youtube.com/watch?v=OSCGN6AuOm8