Crítica – Disco: Wado | 1977

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Foto: Ivo Euzébio/Divulgação.
Foto: Ivo Euzébio/Divulgação.

Wado busca aventuras sonoras no rock com “1977”

Com mais de 10 anos de carreira, Wado se afirma como destaque da música contemporânea brasileira. Nascido em Santa Catarina e radicado em Maceió, seus discos se tornaram sucesso de crítica e o colocam como parte de uma geração que trouxe inovações ao pop nacional. Seu novo trabalho, 1977, que saiu pela Deck, adiciona uma estética guiada pelo rock.

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Mais agressivo e pesado que seus discos anteriores, o novo álbum de Wado busca paisagens mais instigantes para o músico, que sempre flertou com águas mais amenas. O disco, composto por 10 faixas, foi produzido pelo próprio Wado. As faixas curtíssimas e as batidas cadenciadas seguem a cartilha de nomes recentes como Phoenix e Vampire Weekend, que fazem uma equação bem calculada de rock dançante e de apelo pop.

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A aproximação com esse universo ficam ainda mais claras com as participações de nomes como Lucas Silveira, da Fresno, na nervosa “Cadafalso” e do português Samuel Úria, em “Deita”. O amigo Marcelo Camelo aparece na ótima “Palavra Escondida”, espécie de recuo terno do disco. É um disco muito marcado pela estética e pela produção. Ou seja: os arranjos se sobrepõem às músicas e seus discursos – o que é comum no modo de produção do rock mainstream.

É bem legal ver um artista como Wado, já confortável no canto que encontrou para si dentro do cenário nacional, se jogar sem medo em uma proposta cheia de desafios. Ainda que 1977 esteja longe do brilhantismo de seus discos anteriores, como Samba 808 e Atlântico Negro, é um trabalho apaixonado e instigante pelas investigações sonoras que faz. [Paulo Floro]

wado4WADO
1977
[Deck, 2015]

8,0

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