Johnny Hooker conta histórias de paixão e desejo em disco conceitual de estreia
Johnny Hooker está perdido no Recife, essa cidade do desejo, intensa e carnal que já vimos em filmes de Cláudio Assis e Hilton Lacerda. Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!, primeiro LP do cantor, traz histórias passionais vividos por personagens suburbanos em relações cheias de conflito com o que o autor chama de “deus do desejo”.
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O álbum transborda essa visceralidade já conhecida por quem acompanha a carreira de Hooker. É com se tirasse sua música das entranhas. E faz isso com interpretações onde a performance é parte importante do conjunto. Com um entendimento do pop como poucos artistas hoje em dia, ele conseguiu criar canções com apelo às massas e que falam diretamente aos sentimentos mais básicos de qualquer ouvinte: amor, perda, raiva, paixão e sexo.
Hooker se apoiou em ritmos negligenciados pelo pop nacional, como o brega (“Alma Sebosa”, “Volta”), cancioneiro romântico das gafieiras (“Segunda Chance”), fossa (“Você Ainda Pensa”), frevo (“Desbunde Geral”) e axé (“Boato”). E faz isso com olhar contemporâneo para esses ritmos, moldando-os ao seu arrojado projeto estético e artístico. Entre as referências estão obras de emoções afloradas como Nervos de Aço, de Paulinho da Viola, Jards Macalé, além de Back To Black de Amy Winehouse e Frank Sinatra.
Se assumindo como uma das vozes mais interessantes de sua geração, o músico é o retrato de uma nova cena que clama por mais autenticidade. Eu que assume alguns riscos. Pelo sucesso que o disco está fazendo na web, esta também parece ser uma demanda do público. [Paulo Floro]
JOHNNY HOOKER
Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!
[Jdm Music, 2015]
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