Crítica – HQ: Fim, de Rafael Sica

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Rafael Sica e o absurdos do cotidiano em HQ-manifesto

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Esquizofrênico, enigmático, poético e (aparentemente) sem sentido, o trabalho de Rafael Sica é um dos mais originais a surgir nos quadrinhos brasileiros na última década. Ele se especializou em fazer tiras e HQs sem diálogos em que se destacam o absurdo do cotidiano. Fim, sua nova coletânea, reúne os seus trabalhos mais radicais, em uma bela e limitada edição que saiu este ano pela editora carioca Beleleu.

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Uma entrevista com Rafael Sica em 2008

São quarenta HQs que mais parecem alucinações, mas instigam a imaginação do leitor através de associações e forte impacto visual. O traço de Sica é por vezes perturbador, remetendo ao expressionismo e op-art, mas com um tom que parece um filme de terror B. Fim, vendido como um “Ilustrado Manifesto” é o modo do autor em contornar contradições, pequenas atitudes humanas e sentimentos como isolamento, tristeza, ansiedade e ódio.

Esse “manifesto” serve para explicar a arte de Rafael Sica sem precisar usar uma única palavra. Seu trabalho se baseia puramente no impacto. Mas, apesar de aparentemente delirantes e desconexos é possível encontrar alguma unidade nas quarenta páginas do livro. Os cinco quadros parecem preparar o leitor para um final que soa como uma pequena epifania. São pílulas narrativas para mostrar que o tempo e a vida não correm em linha.

A HQ teve tirada limitada de 200 exemplares e é uma coletânea de uma série publicada no site da Beleleu. Veja lá. [Paulo Floro]

sica2FIM – FÁCIL E ILUSTRADO MANIFESTO
Rafael Sica
[Beleleu, 48 págs, R$ 20]
Compre pelo site oficial

Nota: 8,8

Veja algumas das HQs do livro:

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