Crítica – Disco: Duda Brack | É

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Duda Brack se arrisca em novos caminhos no pop brasileiro

A gaúcha Duda Brack, de apenas 21 anos, fez o lançamento mais difícil de rotular do pop brasileiro esse ano. Só de se soltar das amarras da MPB mais tradicional ela já se coloca na dianteira da turma que busca inovação no cenário nacional. Seu trabalho de estreia, É, tem um vigor vocal e arranjos que sustentam bem a personalidade forte da cantora.

Com apenas oito faixas, É busca referências em diversos momentos da trajetória musical brasileira, mas sem se apegar a nenhuma estética. Essa impossibilidade de rótulo faz do disco uma boa surpresa. E mostra que ela se sente à vontade tanto encarnando o post-rock meio Radiohead até o baião de “Cadafalso”, faixa de Posada. Há também ecos da vanguarda paulistana e até o rock feminino e confessional do indie norte-americano atual (Laura Marling, Courtney Barnet).

Gravado com o básico (guitarra, baixo e bateria) o disco foi produzido por Bruno Giorgi, um dos nomes mais talentosos da atual geração da música pop nacional. O disco não é transgressor no formato nem disruptivo na melodia, mas aponta caminhos interessantes no cenário atual, pouco interessado em reproduzir padrões estabelecidos. [Paulo Floro]

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