Ciara estaciona no R&B e faz disco com pouca novidade
Em seu sexto disco, Ciara já não sente mais a necessidade de provar que é parte de um primeiro time do pop. Nome talentoso das novas vozes do R&B, ela experimentou o estrelato desde que surgiu com o hit “1, 2, Step”.
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Ela sempre se cercou de produtores talentosos e conseguiu hits que estavam bem acima da média do gênero nesses anos 2000, a exemplo de “Oh”e “Body Party”. E sempre tentou, à sua maneira, trazer inovação às fórmulas desse gênero pop.
Em Jackie, seu novo álbum, a cantora retorna mais conservadora. Sem a busca por um espaço de destaque na concorrida indústria da música pop, Ciara parece empancada, como se tivesse relaxado para apostar em um trabalho impecavelmente produzido, mas sem riscos. Ela até tenta explorar o electro batidão, como em “Jackie (B.M.F)” ou “That’s How I’m Feelin'”, mas trafega em terrenos já experimentados.
Outras faixas como “Dance Like We’re Making Love” e “I Bet” se destacam por mostrá-la mais vulnerável e dar a dimensão do potencial de sua voz, mas estão distante dos seus melhores momentos. Não sabemos qual caminho Ciara quer seguir em sua carreira, mas estava mais interessante acompanhar sua luta em se destacar no R&B. Agora que ela estacionou no gênero, discos como Jackie soam como uma boa oportunidade desperdiçada. [Fernando de Albuquerque]
CIARA
Jackie
[Epic/Sony, 2015]