Halle Berry segura tensão do filme, mas leva rasteira de roteiro ruim
O novo filme estrelado por Halle Berry prende atenção do público desde seus minutos iniciais. Nos fisga pela curiosidade em desvendar o desconhecido mundo dos atendentes de ligação de emergência. Além disso, passa rápido da apresentação dos personagens para um estágio de tensão ao mostrar a perseguição a um sequestrador que raptou uma adolescente. O problema é que o filme não se contenta em aproveita esse clima e se destrambelha para uma metade final sem muito sentido.
O longa, dirigido por Brad Anderson, mostra a história de Jordan (Halle Berry), uma atendente que trabalha no serviço 911 de emergência. A profissão requer nervos no lugar dada a pressão a que esses profissionais são submetidos. Mas, Jordan desaba em uma tensa negociação com um assassino e por um erro seu, a vítima acaba morta. Meses depois, ela se vê em mais um momento de tensão ao atender uma ligação de uma adolescente presa no porta-malas de um carro.
É nessa ligação que o filme se apóia. Halle Berry e a atriz Abigail Breslin mantêm uma conexão vigorosa que passa ao espectador uma veracidade perturbadora daquela situação. O problema é que o diretor não conseguiu segurar essa “química” por muito tempo. Chamada de Emergência perde o rumo nos seus momentos finais.
Sem querer fornecer spoilers, o longa destrói a credibilidade alcançada para entregar um roteiro digno dos piores episódios de CSI e congêneres. Mais ainda, adiciona pitadas de produções de terror no melhor estilo Jogos Mortais. É algo tão sem sentido que chega a ser estúpido.
Halle Berry, ao menos, está bastante segura no papel que acabou se tornando seu estereótipo dentro de Hollywood: mulher forte, que luta contras as adversidades do meio para se libertar de algo opressor. Ela serve bem ao filme, o problema é que a atriz foi mais uma vez vítima de um roteiro mal acabado.
CHAMADA DE EMERGÊNCIA
De Brad Anderson
[The Call, EUA, 2012 / Diamond Filmes]
Com: Halle Berry, Abigail Nreslin, Morris Chestnut]
Nota: 6,7