Crítica: Camarones Orquestra Guitarrística | Espionagem Industrial

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Paisagens sonoras que perduram

Por Juliana Dias

Puramente guitarrístico, ou melhor, instrumental, o novo álbum do Camarones é é com­posto de um lado A, com 11 fai­xas, e 6 músi­cas no lado B. Segundo a integrante Ana Morena: “O prin­ci­pal é que somos uma banda de rock focada em ele­men­tos visu­ais, as nos­sas músi­cas tem sem­pre uma his­tó­ria por trás. Quando com­po­mos já temos uma clipe da música na nossa cabeça. Todas elas con­tam his­tó­rias”, explica. O nomes das faixas sugerem as imagens de cada uma: “Com a Água no Pescoço” começa com rapidez e chega em “Peggy Loucura”, até chegar na faixa título, “Espionagem Industrial”, uma das mais pesadas da lista, que lembra os filmes de nada menos que… espionagem (!).

A “Trama” parece o desenrolar a música anterior, como em uma sequência de perseguição. “Festa dos Gatos” e “Beijar seus Pés” têm acordes mais rápidos, enquanto “Surfando em Boa Viagem” (segunda música esse ano a falar do bairro recifense no universo indie) aposta no surf music. O disco segue balanceando entre lentidão e distorções, com leves paradinhas.

O lado B começa mais descontraído, e chega na faixa final, “Trilha Invisível”, a mais longa de todo o combo. É um álbum para ver e ouvir de duas formas: com os integrantes tocando, e também para viajar nas interpretações das faixas. Ele compõe um recorte de influências que relembram cenas de filmes, quadrinhos, séries, de faixas independentes, todas com narrativas e bastante descontraídas. Um dos melhores discos nacionais do ano, com certeza.

Capa Espionagem IndustrialCAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA
Espionagem Industrial
[DoSol, 2011]

NOTA: 8,5